26 maio, 2007

A teologia que eu faria com meu pai preso por dívida

Por: Nancy Cardoso Pereira

Reflexões para o 24 de maio

De tudo que já se disse sobre João Wesley, sobre a família Wesley, sobre o movimento metodista um pequeno detalhe nada insignificante sempre chamou minha atenção.

O sr. Wesley – pai e João e Carlos, marido de Susana – tinha dívidas, uma situação econômica difícil e instável chegando a pelo menos numa situação, ser encarcerado por não pagar o que devia.

No diário de Susana Wesley encontramos o comentário: Estamos enfrentando tempos difícies. Samuel, como de costume, estava muito endividado.

A situação do sr. Wesley não era única, ele compartilha de um processo de crescente empobrecimento e de uma legislação que punia aos pobres e aos endividados com o rigor dos tempos da acumulação e da expansão do lucro.

Eu sempre fico me perguntando: que teologia se faz quando os pais de famílias são levados à prisão por dívidas impagáveis?

Com meu pai na prisão?... com dívidas que não se pagam?... com escravidão? ... com uma economia detestável? que teologia eu faria?

De João Wesley se tem notícia de um certo espontaneísmo que se revelava numa assistência imediata e direta a pessoas e família endividadas: uma vez na Westminster Bridge Wesely socorre uma mulher com crianças que choravam porque o marido havia sido preso por conta de uma dívida de dezoito shillings; outro relato narra a visita de Wesley à prisão de Giltspur Street Compter: ele pergunta pela prisioneiro mais miserável e descobre que o motivo da prisão é uma dívida de meia guiné. Nos dois casos Wesley paga a dívida oferecendo sempre mais do que o valor da dívida mesmo. ( do livro "One Hundred and One Methodist Stories" de Carl F. Price > http://www.imarc.cc/buletins/history7.html)

Em outras situações John Wesley vai expressar um pensamento mais articulado e crítico das situações sociais que envolviam escravidão e dívida, como no livreto Thoughts Upon Slavery, de 1774 (http://gbgm-umc.org/umw/wesley/thoughtsuponslavery.stm ). Numa demonstração de conhecimento de relações econômicas estrangeiras e numa generosa visão antropológica sobre "os negros", Wesley reconhece as situações de fraude das relações comerciais, as imposições da guerra, as atrocidades e os mecanismos econômicos que motivam o comércio de escravos e conhece e compartilha de obras sobre direito internacional que discutem a escravidão. Mais do que conhecer... Wesley toma uma posição clara contra a escravidão (mesmo considerando os limites de sua análise e opinião).

Sobre a morte sistemática de negros no processo de captura e transporte, Wesley vai nomear como "assassinato" e terminar a frase dizendo: "O Earth, O Sea, cover not thou their blood!" - "Ó Terra, Ó Mar, não cubram o sangue deles!"

Em outra passagem sobre os sofrimentos, Wesley exclama: "Did the Creator intend that the noblest creatures in the visible world should live such a life as this? Are these thy glorious work, Parent of Good? " - "Era intenção do Criador que tão nobres criaturas do mundo visível vivessem uma vida como essa? São essas obras Suas, ó Pai da Bondade?".

Os exemplos são muitos... "Are you a man? Then you should have an human heart. But have you indeed? What is your heart made of? Is there no such principle as compassion there? Do you never feel another's pain? Have you no sympathy, no sense of human woe, no pity for the miserable?" - "Você é um ser humano? Então você deve ter um coração humano. Mas você tem mesmo?? Do que é feito seu coração? Não há nada parecido com compaixão aí? Você nunca sente a dor de outra pessoa? Voce não tem nenhuma simpatia, nem senso humano de compaixão, nem pena pelo miserável?"

Como bom metodista (ops!)... Wesley vai chamar ao arrependimento e ao compromisso, colocando a exigência de uma transformação de vida plena de santidade que passa pela negação de relações econômicas detestáveis: "O let his resolution be yours! Have no more any part in this detestable business. Instantly leave it to those unfeeling wretches who Laugh at human nature and compassion! Be you a man, not a wolf, a devourer of the human species!" - Que esta resolução seja sua! Não tenha mais nenhuma parte neste negócio detestável. Instantaneamente deixe isto para insensíveis desgraçados que riem da natureza e compaixão humanas. Seja um homem, não um lobo, um devorador da espécie humana! Seja um ser humano e não um lobo que devora a espécie humana!!

Esta é a teologia que eu faria se meu pai fosse preso por dívida, se minha família vivesse abaixo da linha da pobreza, se houvesse escravidão no meu país, se a exploração marcasse as realções econômicas... e se eu não fosse nada disso, eu poderia ser metodista!! ter um coração transformado pela leitura da realidade e o amor de Deus. Eu poderia ser metodista sentindo a dor de outra pessoa. Eu faria teologia comprometida com o Dia 23 de Maio - Dia Nacional de Luta: Nenhum Direito a Menos!!!

Eu escreveria hinos... muitas canções de chorar a dor e de reconhecer o pecado e afirmar o amor de Deus que resgata todas as dívidas. Eu cantaria com Charles Wesley:

He dies to atone
For sins not His own;
Your debt He hath paid, and your work He hath done.
Ye all may receive
The peace He did leave,
Who made intercession, "My Father, forgive!"

Retrieved from http://en.wikisource.org/wiki/All_Ye_That_Pass_By

Nota:
John Wesley nasceu em Epworth, Inglaterra, em 17 de junho de 1703 e faleceu em Londres, em 2 de março de 1791; foi um clérigo anglicano, cristão britânico, líder precursor do movimento metodista. 24 de maio é considerado o Dia do Metodismo.

Nancy Cardoso Pereira
Pastora Metodista
Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra
www.cptnacional.org.br

Maringá ora e Celebra Unidade entre os Cristão

No dia 24 de Maio a celebração da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foi na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe em Maringá.

Padre Nelson Maia, titular da Paróquia e também Coordenador para Assuntos Ecumênicos na Arquidiocese de Maringá, recebeu calorosamente, juntamente com os irmãos e irmãs, crianças, jovens e adolescentes da Paróquia, o Mecum e os pastores e padres que ajudaram no ofício da celebração.

Amigo de longa data do Movimento Ecumênico, padre Nelson que assumiu a paróquia há apenas 3 meses, visivelmente tem colocado a questão ecumênica como umas das prioridades de seu trabalho pastoral. A comunidade que, antes não havia participado de uma celebração ecumênica, demonstrou tanto no envolvimento na celebração, como na recepção aos visitantes que já estão engajados da proposta do ecumenismo. A exemplo de Sarandi, 3 irmãos se voluntariaram para ser amigos no Mecum.

Dança e tochas levaram a Bíblia ao altar e esquentou, pela beleza do simbolismo, os corpos e corações de todos, numa das noites mais frias do ano no Estado do Paraná. Uma linda Cruz de flores de várias cores e formas adentrou o templo, numa referência a diversidade do cristianismo, que a caminhada ecumênica vê como bela é quer preservar.

Unidade na diversidade foi a mensagem da Cruz de flores. Para que todos levassem essa mensagem para casa, Padre Nelson pediu, no final que cada um pegasse uma rosa da cruz, o que foi feito entre troca de abraços.

A reflexão bíblica conduzida pelo Pastor André Jorge Catalan da Igreja Presbiteriana do Brasil em Marialva, destacou as incoerências bíblicas dos que demonizam o outro e tomam para si as verdades bíblicas como se ela fosse exclusiva de um grupo. A comunidade em peso aplaudiu a palavra do Pastor André; entre eles os outros 10 representantes religiosos. Padres: João Caruana, Edmilson, Ivaldir, Nelson, João Carlos, Diácono Bento, Diácono Oscar e pastores: Robert Stephen Newnum da igreja Metodista, Elemar Mai, igreja Evangélica de Confissão Luterana e Ricardo Schadt, Igreja Evangélica Luterana do Brasil.

O fim de noite foi com confraternização regada a leite com chocolate quente, vinho, salgadinho e refrigerante.

Informou – Maria Newnum – Vice-presidente do Mecum
Presidente – Raul Pimenta

Verso e Voz - 26 de maio

Nesse ano ninguém semeará os seus campos, nem colherá o trigo que crescer por si mesmo, nem podará as parreiras, nem colherá as uvas, pois o Ano da Libertação é sagrado para o povo, e nele todos se alimentarão somente daquilo que a terra produzir por si mesma. - Levítico 25.11-12 (BLH)

O Ano de Libertação era também, um ano de libertação da terra. A intervenção humana na natureza é, muitas vezes, uma violência ao equilíbrio ecológico, embora nos tempos antigos não vemos este tipo de abordagem. Mas, a sabedoria inata fazia muitos povos respeitarem a natureza. A natureza era vista como um organismo e respeitada como “um ser vivo”. Para a nossa infelicidade, a nossa cultura perdeu esta visão e chegou a tratar a natureza como um mecanismo com que se pode mexer, sem maiores conseqüências... Estamos começando a descobrir que a natureza é, na realidade, um organismo e que se vinga dos seres que fazem violência contra ela.

Muitas das leis religiosas têm um fundo prático em relação à saúde, tanto física como psicológica; maneira mítica de entender a relação entre a prática do dia a dia e o nosso bem estar!

A vida é um todo e não um conjunto de partes isoladas. Ao zelar da terra estamos cuidando de nós mesmos. - Darrel H. Santee

sementesbiblicas.blogspot.com

25 maio, 2007

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos em Sarandi - PR


No dia 23 de Maio a celebração da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foi na Paróquia Nossa senhora das Graças em Sarandi, cidade satélite de Maringá.

Apesar do frio muito intenso, um grupo significativo de irmãos e irmãos, juntamente com o Padre Reginaldo Lima e o Diácono da paróquia, acolheram calorosamente os integrantes do Mecum, e visitantes de Maringá e Nova Esperança.

Os padres: Ivaldir de Mandaguari, César Hipólito de Nova Esperança e Nelson Maia de Maringá, juntamente com os Pastores: Robert Stephen Newnum da Igreja Metodista e Ricardo Schadt da Igreja Evangélica Luterana do Brasil de Maringá colaboraram com o oficio, o qual teve a reflexão bíblica feita pelo pastor Stephen.

Padre Reginaldo Lima que está a apenas 3 meses na cidade, tem pela frente o trabalho da reforma do templo. O clima de construção e de abertura para o novo pôde ser sentido na disposição das pessoas que se voluntariaram para ser parceiros do Mecum na paróquia, juntamente com padre Reginaldo.

No mês de junho, haverá um encontro do Mecum com esse grupo na Paróquia Nossa senhora das Graças, com o objetivo de estreitar os laços fraternos e levar ao conhecimento da comunidade a proposta de Movimento Ecumênico que inclui entre outros, tardes de estudos sobre ecumenismo e caminhos para a unidade cristã.

O carinho dos irmãos e irmãs da Paróquia Nossa senhora das Graças, mostra que corações quentes pelo Cristo ressuscitado, faz desaparecer o gelo de uma noite fria e o gelo da intolerância.

Informou: Maria Newnum – Vice-presidente do Mecum.

Verso e Voz - 25 de maio

Aconteceu que, num sábado, passando Jesus pelas searas, os seus discípulos colhiam e comiam espigas, debulhando-as com as mãos. E alguns dos fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não é lícito aos sábados? Respondeu-lhes Jesus: Nem ao menos tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e seus companheiros? Como entrou na casa de Deus, tomou, e comeu os pães da proposição, e os deu aos que com ele estavam, pães que não lhes era lícito comer, mas exclusivamente aos sacerdotes? E acrescentou-lhes: O Filho do Homem é senhor do sábado. - Lucas 6.1-5

Em nosso mundo falador no qual a palavra perdeu seu poder para comunicar, o silêncio nos ajuda a manter nossa mente e coração ancorados no mundo futuro e nos permite falar de lá uma palavra criativa e re-criativa para o mundo presente. - Henri J. M. Nouwen, The Way of the Heart (O Modo do Coração)

beliefnet.com/blogs/godspolitics/

24 maio, 2007

MENSAGEM DA FAMÍLIA DE KEILA GUIMARÃES 24 de maio

Amados/as,
Mamãe e eu acabamos de visitar a Keila. Ela estava sonolenta, falando pouco e consciente. Queria que eu cantasse, então cantei “Tu és Fiel”. Comuniquei-a que muitas pessoas têm ligado e estão orando. Ela disse “muito obrigada”. A recuperação é lenta, mas estamos confiando e acreditando que Deus estava operando e fazendo um milagre na vida da Keila.
Vamos continuar nesta corrente, clamando pela recuperação total da vida da Keila. A nossa família agradece as demonstrações de amor, carinho e solidariedade cristã da nossa família metodista, ecumênica e da fé aqui na face da terra.
Desde já somos muitos gratos por tudo.
Família Guimarães: Edna, Keila, Kenia e Kelmer

Informe da Semana de Oração em Nova Esperança - PR


No dia 22 de Maio a celebração da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foi na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Nova Esperança, cidade a 80 quilômetros de Maringá.

A paróquia é presidida pelo Padre César Hipólito (sempre o primeiro da direita para esquerda nas fotos). Um dado curioso, padre César é tio de Diego e Daniela Hipólito, os campeões brasileiros de ginástica, que são de Nova Esperança.

Os jovens da comunidade trouxeram ao altar um dos símbolos de unidade entre os cristãos. Em seguida, homens e mulheres entraram no templo de olhos vendados, denunciando as cegueiras que dividem os cristãos, bem como as necessidades para os quais ainda permanecemos cegos. Dentre as necessidades, apontaram os problemas da cidade como violência doméstica, dependência química entre adultos e jovens e a pobreza.

No momento de testemunho da comunidade, a representante do “Projeto Esperança”, voltado a dependentes e seus familiares, destacou a parceria com igrejas evangélicas desde o início do trabalho.

Padre César, disse que apesar da dificuldade em reunir lideranças evangélicas para as celebrações da Semana de Oração, no dia-a-dia a convivência tem sido fraterna com conversas e encontros com pastores evangélicos além da participação de pastores e leigos nos trabalhos sociais.

A reflexão bíblica foi feita pelo Pastor Ricardo Schadt da Igreja Evangélica Luterana do Brasil e o oficio foi dividido entre padres locais e de Maringá.
Apesar do frio e da forte chuva, se uniram em oração mais de 100 pessoas, entre elas, integrantes do Mecum de Maringá.
A celebração foi fechada com uma confraternização organizada pela Coordenação Ecumênica da Paróquia, presidida por Toninha e João Batista de Souza, integrantes do Mecum.

Lá e Cá - Estado reconhece tarefa comunitária das organizações religiosas

BUENOS AIRES, 23 de maio (ALC) - A Secretaria de Culto, ligada ao Ministério das Relações Exteriores e de Culto, premiou, ontem, as organizações religiosas que se destacaram por atividades comunitárias em áreas como juventude, terceira idade, pessoas portadoras de deficiência, cidadania, emprego. O projeto intitulado “Acompanhamento a Famílias Camponesas”, promovido pela Igreja Evangélica Valdense do Rio da Prata (IEVRP), foi reconhecido pela Secretaria de Culto.

Na cerimônia de entrega dos prêmios, realizada ontem no salão Dourado do Palácio San Martín, sede da Chancelaria, a assistente social Edith Rochon, da equipe de assessoras de obras de serviço da denominação, representou a IEVRP.

No discurso de abertura o Secretário de Culto, embaixador Guillermo R. Olivieri, disse que a premiação, mais do que um reconhecimento, era um agradecimento ao trabalho a favor da dignidade humana realizado pelas instituições agraciadas. "O país se constrói a partir da pluralidade”, afirmou.

O projeto de famílias camponesas é realizado em regiões rurais do departamento de La Paz, província de Entre Ríos, localizado a mais de 500 km da capital. A pastora Claudia Tron é a coordenadora do grupo de trabalho composto por mulheres camponesas.

Foram premiadas, entre outras, a Igreja Ortodoxa de Antioquia por sua tarefa solidária; a Convenção Batista, por seu trabalho de cunicultura e apicultura como fontes de trabalho; a Igreja Pentecostal, por seu trabalho de cultivo de hortas por pessoas com vícios; a AMIA, por seu trabalho com adultos; a Igreja dos Santos dos Últimos Dias, por seu trabalho com pessoas com necessidades especiais; o Centro Nova Terra, por seu trabalho nas escolas de cidadania; a Fundação Dom Bosco, por sua tarefa solidária com pessoas humildes. Além da Igreja Valdense, a Igreja Evangélica do Rio da Prata foi reconhecida por seu trabalho com mulheres e jovens em risco.
----------------------------------------------------------------------------------
Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação

Correo-e: edelbehs@alcnoticias.org
http://www.alcnoticias.org

Verso e Voz - 24 de maio

Porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal. - 1 Pedro 3.17

É uma grande coisas agarrar e melhorar o momento atual. - John Wesley, Carta a Mary Bishop

23 maio, 2007

Música, Teologia e Pastoral são eixos das reflexões da 56ª Semana Wesleyana da FaTeo


“Mil Vozes para Celebrar” – a propósito dos 300 anos de Charles Wesley é o tema da 56ª Semana Wesleyana, realizada pela FaTeo, nos dias 21 a 25 de maio. A semana foi aberta na noite do dia 21, com o culto celebrativo do tricentenário de Charles Wesley seguido do painel “Música na Igreja Hoje”, quando foram apresentadas reflexões pelos professores Davi Junker (musicista da Universidade de Brasília), Tércio Junker (musicista e liturgista do Christian Theological Seminary/EUA) e Magali do Nascimento Cunha (jornalista e pastoralista da FaTeo). O painel indicou temas para reflexão da contemporaneidade a serem conectados com os estudos voltados para as contribuições de Charles Wesley para a música na igreja. No momento foi lançado o mais recente número da revista Mosaico Apoio Pastoral, da Editeo (editora da FaTeo) que traz artigos relacionados às reflexões da Semana Wesleyana sob o tema “O lugar da música na pastoral”.

Os temas da produção musical de Charles Wesley foram a abordagem central da principal conferencista da semana, profa. Simei Monteiro (foto), musicista e liturgista assessora do Conselho Mundial de Igrejas, em sua primeira apresentação na manhã do dia 22. Os/as participantes puderam aprender, a partir de momentos da vida do compositor metodista, sobre as ênfases teológicas que ele desenvolveu relacionadas a suas experiências de fé. A medida que Simei Monteiro apresentava as idéias ela convidou os/as participantes a entoarem hinos relacionados, boa parte deles traduzidos e adaptados por ela.

No final da manhã foram realizados dois lançamentos da Editeo: os livros “Wesley e o mundo atual”, de Theodore W. Jennings, e “Pluralismo e a missão da Igreja na atualidade”, de Inderjit Bhogal, com contribuições de Magali do Nascimento Cunha e Sandra Duarte. Foi ainda apresentado e distribuído aos/às participantes o livreto “Cancioneiro Mil vozes para celebrar. Hinos de Charles Wesley”, preparado pelo Centro de Estudos Wesleyanos.

Na parte da tarde foram iniciadas as oficinas em Hinódia Wesleyana, conduzidas pelos musicistas, teólogos e liturgistas convidados/as: José Carlos de Souza, Helmut Renders, Luiz Carlos Ramos, Tércio Junker, Vilson Gavaldão e Helen Luce Pereira.

Os hinos de Charles Wesley sobre o Espírito Santo foram tema da sessão da segunda manhã de atividades. O Bispo Emérito da Igreja Metodista e professor da FaTeo Paulo Ayres Mattos foi o conferencista. Ele destacou a teologia desenvolvida nas composições que enfatizam uma leitura do Evangelho de João. O Bispo Paulo Ayres relacionou esta perspectiva teológica aos desafios presentes nas igrejas hoje e sua interpretação da ação do Espírito Santo, que tem causado muitas divisões, controvérsias e crises doutrinárias.

No final dessa sessão os participantes da Semana Wesleyana foram saudados pelo Bispo Presidente do Colégio Episcopal da Igreja Metodista João Carlos Lopes, que ressaltou a importância do tema. Foi também lançado o CD “Charles Wesley, o poeta cristão” produzido pela Coordenação dos Núcleos de Capacitação Missionária da 1ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista (Estado do Rio de Janeiro). A produção, que é fruto de uma pesquisa e foi gravada com a contribuição de integrantes do coral do Teatro Municipal de Rio de Janeiro, foi apresentada pela pastora Suzana Viana, coordenadora do projeto, e pelos pastores Marcelo Carneiro e João Marcos da Silva.
Fonte:http://www.metodista.br/fateo/noticias/musica-teologia-e-pastoral-sao-eixos-das-reflexoes-da-56a-semana-wesleyana-da-fateo/?searchterm=None

Dia 24 de Maio: Dia do Coração Aquecido




Numa certa noite de maio de 1738, um pastor anglicano da Inglaterra teve uma experiência de fé que mudaria não apenas a sua própria vida, mas a de milhões de pessoas em todo o mundo. O nome deste pastor era John Wesley:

Cerca das nove menos um quarto, enquanto ouvia a descrição que Lutero fazia sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me havia salvo da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma meneira especial, me haviam perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia em meu coração".

O Irmão de John, Charles Wesley foi um dos idealizadores e maiores incentivadores do "Clube Santo", grupo de estudo bíblico dos jovens estudantes de Oxford que, por causa da disciplina e método aplicado aos estudos, acabariam ganhando o apelido de "metodistas". Charles, cujo tricentenário de nascimento comemoramos neste ano, foi um dos maiores poetas e compositores sacros da história do protestantismo. Calcula-se que ele tenha produzido cerca de 9 mil hinos, muitos dos quais estão nos hinários utilizados em nossas igrejas metodistas e em várias outras denominações.

O metodismo nasceu cantando


“...cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente”. 1 Co 14:15b

Os hinos fazem parte importante da vida cristã.O próprio Jesus, num dos momentos mais cruciais de sua vida, pouco antes de ser preso, cantou um hino junto com seus discípulos. O que eles cantaram naquela hora deveria ser, conforme era da tradição dos judeus, a Hilel, um conjunto de orações que está nos capítulos 113 a 118 dos Salmos.
Paulo, por sua vez, fala em salmos, hinos e cânticos espirituais. Os salmos eram cantados, muitos com melodias que já tinham quase mil anos.Os cânticos espirituais tinham o objetivo de relembrar as promessas de Jesus, manifestar a alegria por sua Graça e exaltar a maravilha da Salvação.

O metodismo nasceu cantando. Os hinos, especialmente os de Carlos Wesley, tinham como objetivo principal a memorização da mensagem dos sermões. Após um novo sermão de João Wesley, Carlos compunha um hino baseado nele. Era um modo muito eficiente de prolongar, na mente e no coração dos metodistas, as mensagens que eram pregadas. As músicas eram muito bonitas, mas a letra era sempre o mais importante. Por isto, João Wesley dizia: “Tenha um olho em Deus em cada palavra que você canta. Procure satisfazê-lo mais do que a você mesmo”. Muita gente que não ouviu os sermões se converteu com o cântico dos hinos.

Cresci cantando os hinos de nossa fé. Na minha casa, quando éramos crianças, nós tínhamos dois cultos domésticos por dia, um antes do café da manhã e o outro à noite, antes de irmos dormir. Cantávamos, papai, mamãe, meu irmão e eu, mais as pessoas que conosco estavam, pelo menos dois hinos.Á noite, a mesma coisa. Além disto, líamos a Bíblia, o No Cenáculo, cada um de nós orava de joelhos e encerrávamos com o Pai Nosso. Havia dois hinos que cantávamos todos os dias, ambos com letras e melodias bem expressivas. De manhã, o atual 472 do Hinário Evangélico:
Bem de manhã, embora o céu sereno
pareça um dia calmo anunciar,
vigia e ora, o coração pequeno
um temporal pode abrigar.
Bem de manhã e sem cessar,
Vigiar e orar!
No culto da noite, o último que cantávamos era o “Finda-se este dia”, atual 481 do Hinário Evangélico, cujo título é “Oração da Noite”.
Finda-se este dia que meu Pai me deu,
Sombras vespertinas cobrem já o céu.
Ó Jesus bendito! Se comigo estás,
Eu não temo a noite, vou dormir em paz.

Eu cresci e continuo achando que os hinos são muito importantes na consolidação da nossa Fé. Eles adjetivam com poesia e melodia as mensagens fundamentais da Bíblia. João Wesley e Carlos Wesley compreenderam muito bem essa importância. O metodismo cresceu com os hinos, que traduziam de maneira clara, fácil de decorar, as mensagens fundamentais da Bíblia.Assim, através dos hinos, podemos seguir todo o roteiro do plano de salvação que Deus, em Jesus Cristo, preparou para nós.

Primeiramente, a importância da leitura da Bíblia. Wesley, num dos seus mais importantes sermões, fala dos Meios de Graça, isto é, canais pelos quais sua Graça se manifesta em nós. Um deles é a leitura constante da Bíblia, como é expressado no hino 144:
Quero ouvi-las, ainda uma vez, essas palavras de vida!
Narram tudo o que Cristo fez; belas palavras de vida!
Elas vêm de cima, têm de Deus a estima,
Que alegres são! Essas palavras de vida”
Os hinos valorizam também a oração, outro meio de graça citado no sermão de João Wesley, como o de nº 91:
Bendita a hora de oração,
Que acalma o aflito coração,
Que leva ao trono de Jesus,
Os rogos para auxílio e luz!
Em tempos de cuidado e dor
Refúgio tenho em meu Senhor;
Vencendo o ardil e a tentação
Bendigo a hora de oração.

Os hinos são muito importantes na valorização das diversas fases do calendário cristão. A beleza e o encanto das narrativas natalinas são enfatizadas em diversos hinos que nos transmitem o verdadeiro espírito do Natal. Um dos mais bonitos é certamente o nº 11 do Hinário Evangélico, que é de autoria de Carlos Wesley:

Eis dos anjos a harmonia!
Cantam glória ao Rei Jesus,
Paz aos homens! Que alegria!
Paz com Deus em plena luz.
Ouçam povos exultantes,
Ergam salmos triunfantes,
Aclamando seu Senhor.
Nasce Cristo, o Redentor.
Toda a terra e os altos céus,
Cantem sempre glória a Deus.

Nem só os momentos alegres fazem parte de nossa hinologia. A cruz também está presente nela. No hino34, o poeta fala das implicações da morte de Jesus:

Meu pecado resgatado
Foi na cruz, por teu amor
E da morte – triste sorte –
Me livraste, ó Redentor.
A morte, contudo, não podia derrotar Jesus. No terceiro dia, conforme prometera, ele levantou-se de entre os mortos. O hino 41 é um canto alegre de vitória.
Cristo já ressuscitou; aleluia !
Sobre a morte triunfou; aleluia!
Tudo consumado está; aleluia!
Salvação de graça dá; aleluia!
Hoje, como igreja de Cristo, podemos cantar a Maravilhosa Graça, que é a música que poderíamos considerar o hino nacional do Metodismo.
Maravilhosa graça! Maior do que o meu pecar.
Como poder cantá-la? Como hei de começar?
Pois alivia a minha alma e vivo em toda a calma
Pela maravilhosa graça de Jesus!
_____________
Resumo de sermão pregado por João Wesley Dornellas, membro da Igreja Metodista em Vila Isabel, Rio de Janeiro.
Foto Jovanir Laje

MENSAGEM DA FAMÍLIA DE KEILA GUIMARÃES

Querida família de oração,
Keila fez uma segunda cirurgia ontem, 22 de maio, devido a uma complicação. Ela está com um tubo no cérebro para drenar um sangramento que ocorreu. Fomos visitá-la hoje, 23, pela manhã, na UTI com um pouco de sonolência devido à cirurgia. Vamos conversar com o médico na parte da tarde. Por favor, juntem-se a nós nesta corrente de oração em prol da vida da Keila. Os 14 primeiros dias são críticos e de alto risco. Nós acreditamos no Deus do impossível e que Ele está conosco. A sua graça está nos sustentando. Muito obrigada por suas orações, amor e assistência. Por favor, continuem orando por nós.
Muitos têm ligado e querem ligar. O número do celular é 21-9811-8076 (Edna, mãe de Keila).
Com amor e benção,
Família Guimarães: Edna, Keila, Kenia e Kelmer.

Informe da Semana de Oração em Mandaguari



A Celebração de Semana de Oração realizada pelo MECUM – Movimento Ecumênico de Maringá teve abertura na Cidade vizinha de Mandaguari no dia 21 de Maio de 2007.

Aos pés da Cruz, jovens e crianças da Paróquia Bom Pastor, presidida pelo Padre Ivaldir Camaroti, depositaram os desafios que requerem esforços ecumênicos. Entre eles, Aids, violência contra a criança e o adolescente e mulheres, bem como a superação da pobreza e mortalidade infantil, reforçado na hora dos testemunhos da comunidade, pelas representantes da Pastoral da Criança e do Conselho Tutelar, ambas da Paróquia bom Pastor.

“Na pastoral da Criança, temos contado com a participação de mulheres evangélicas, o que para nós, fica evidente que há pessoas que conseguem ver que esforços ecumênicos são essenciais, caso queiramos, como cristãos, fazer diferença na sociedade que vivemos”, salientou a representante da Pastoral da Criança.

As crianças ungiram com óleo todos os participantes da celebração, pedindo benção para a unidade entre os cristãos. A bênção, vinda dos pequeninos emocionou.

O momento de reflexão da palavra foi conduzido pelo Pastor Sérgio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. O ofício da celebração contou com a participação de padres e diáconos locais, e de padres e pastores de Maringá.
Ao final, a Pastoral da Criança ofereceu um delicioso “Chá Ecumênico” aos visitantes do MECUM de Maringá e a toda comunidade.
Informou - Maria Newnum - Vice-presidente do MECUM -Para ver mais fotos acesse páginas do Conic - Clai - Itesc e Mecumgrupos.

Verso e Voz - 23 de maio

Certo homem de posição perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus. Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe. Replicou ele: Tudo isso tenho observado desde a minha juventude. Ouvindo-o Jesus, disse-lhe: Uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me. - Lucas 18.18-22

Várias vezes no seu ministério, Jesus escolheu estar perto de pequenas crianças, freqüentemente sob as objeções dos seus discípulos. Às vezes ele parece ter feito isto para levantar as crianças como exemplos das qualidades ingênuas que capacitam o Reino de Deus. Mas talvez, às vezes, ele só quis abraçá-las. - Susan Ross, Alive Now (Vivo Agora), julho/agosto de 1994

beliefnet.com/blogs/godspolitics/

22 maio, 2007

Evangélicos e sindicalistas perdem representantividade no Parlamento

BRASÍLIA, 22 de maio (ALC) – A bancada evangélica e sindicalista têm, no Congresso, menos parlamentares que tinham na legislatura passada. Já ruralistas e empresários aumentaram a representatividade, mostra o livro “O que esperar do novo Congresso – perfil e agenda da legislatura 2007/2011”, lançado na quarta-feira, 16, em Brasília.

O livro reproduz estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e do sítio Congresso em Foco. A Câmara dos Deputados têm 513 cadeiras e o Senado 81 assentos. A pesquisa avaliou, contudo, os 532 deputados e 86 senadores, entre titulares e suplentes, que exerceram o mandato nos três primeiros meses desta legislatura.

A bancada evangélica conta com 41 deputados, 8% do total da Câmara, e apenas dois senadores. O envolvimento de parlamentares evangélicos no escândalo da máfia das ambulâncias, no ano passado, influiu no voto do eleitor brasileiro. Na legislatura passada a bancada evangélica tinha mais de 60 parlamentares.

A bancada sindicalista perdeu 11 congressistas nesta legislatura comparada com a anterior, passando de 74 para 63 parlamentares, dos quais 47 foram eleitos pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

A maior bancada suprapartidária na atual legislatura é a dos empresários: são 190 deputados e 29 senadores – 35% do Congresso Nacional. A pesquisa considerou empresários os que são sócios de empresas ou exercem atividade urbana ou rural.

Também a bancada ruralista engordou o número de integrantes nesta legislatura, 120, comparada com a anterior, 111, o que representa 19,5% dos deputados e senadores.

O livro, relata o repórter Lucas Ferras, do sítio Congresso em Foco, também aponta a baixa representatividade de mulheres e negros no Congresso Nacional. A participação feminina no Parlamento é de 9% e a de afro-descendente de apenas 2,5%. Na atual legislatura, o Congresso não tem nenhum representante indígena.
---------------------------------------------------------------
Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação
Correo-e: edelbehs@alcnoticias.org
http://www.alcnoticias.org

Informações mais recentes sobre o estado de saúde da Keila Magalhães

NOTA DE SOLIDARIEDADE: NOVAS INFORMAÇÕES

Na noite de ontem, 21 de maio, a irmã Keila Guimarães, vitima de aneurisma cerebral, conforme informe anterior, foi operada no Hospital São José, em Porto Alegre. A cirurgia foi bem sucedida e os médicos determinaram um processo de observação dentro das próximas 24 a 36 horas. As notícias desta manhã de 22 de maio são animadoras: Keila estava lúcida e agradecida pelas orações. A Comunidade da FaTeo, juntamente com todos/as os/as participantes da 56ª Semana Wesleyana “Mil Vozes para Celebrar”, está unida em oração, em solidariedade com Keila, bem como com sua mãe Edna, a irmã Kenia e o irmão Kelmer, depositando no Senhor da Vida toda a sua esperança de cura e recuperação integral.

Fonte - Assessoria de Comunicação da Fateo
Na noite de ontem (21 de maio), a Keila submeteu-se a uma cirurgia para tratamento de um aneurisma cerebral. Nesta manhã, tivemos a notícia de que a cirurgia transcorreu com sucesso e que a Keila está se recuperando bem. Agradecemos as orações e continuamos pedindo a Deus que cuide, carinhosamente, de sua filha.

Observadores evangélicos saúdam Assembléia do CELAM

BRASIL

APARECIDA, 21 de maio (ALC) – Os quatro observadores evangélicos à V Conferência Episcopal Latino-Americana (V CELAM) leram, na sexta-feira, 18, nota de agradecimento pelo convite recebido. A CELAM, disseram, dá continuidade assim ao gesto iniciado pelo papa João XXVIII de convidar observadores de outras igrejas e confissões ao II Concílio Vaticano.

Assinam a nota o pastor metodista Néstor Míguez, em nome de Ofélia Ortega, Juan Sepúlveda, Harold Segura e Walter Altmann.

"Desde o início desta Conferência nos sentimos estimulados e desafiados pelo chamado do papa Bento XVI a fundar o novo despertar missionário que a nossa América Latina e o Caribe requerem, na leitura e conhecimento profundo da Palavra de Deus. Nessa Palavra encontramos dois textos que ajudam a interpretar o sentido de nossa presença entre vocês. Recordamos aquelas palavras de Jesus quando afirma que “quem não é comigo, é contra mim” (Mateus 12,30), e a que nos assinala que só em torno de Jesus o Cristo encontramos o centro de nossa unidade".

"Apesar das diferenças históricas e doutrinais que nos impedem dolorosamente de participar juntos na Mesa da Comunhão, estes textos nos permitem afirmar que nos une a vocês o chamado de Jesus a proclamar e celebrar a vida abundante que nossos povos tanto precisam."

"Não podemos menos do que reconhecer o testemunho e a proeminência da Igreja Católica Romana na evangelização de nossa América. Guiados pelo Espírito de Deus e sua Palavra, além das ambigüidades das circunstâncias históricas, homens e mulheres exemplares, fiéis discípulos e missionários do Senhor, semearam a Palavra neste continente e constituíram comunidades que foram servidoras dos mais necessitados em nome de Cristo, deram mostras da inspiração do Espírito Santo em suas palavras e ações, e celebraram com fé ao Deus Trino. Esta presença católica gerou uma fé rica em diversas expressões religiosas, que conseguiram enraizar a mensagem de Cristo nas variadas culturas presentes em nosso continente, tanto naquelas autóctones, como naquelas originadas nas migrações posteriores, que contribuíram para dar forma aos rostos formosamente diversos de nossos povos da América Latina e do Caribe."

"Também nossas igrejas evangélicas colaboraram, especialmente a partir dos processos de emancipação nacional no continente, na construção do testemunho de Cristo nestas terras, seja através de comunidades imigrantes, que portaram consigo a fé de seus pais, como através de variados esforços evangelizadores, também não isentos de contradições e ambigüidades. Mas muitos fiéis crentes da fé evangélica colaboraram com a evangelização e a cultura nestas terras, chegando em alguns casos até o derramamento martirial do próprio sangue, na defesa da dignidade e da justiça para nossos povos."

Finalizam almejando que, para que "esta presença cristã diversa não esteja marcada pela confrontação e a concorrência, mas pela vocação comum de ser discípulos e missionários de nosso Senhor Jesus Cristo, parece-nos necessário utilizar uma linguagem que permita manter os canais de comunicação já existentes, e que ainda permita abrir novas pontes. Reconhecer-nos mutuamente como Igrejas e comunidades cristãs é a forma de manter abertas as portas para o diálogo, diálogo imprescindível para desterrar juntos qualquer prática sectária ou beligerante que atente contra o verdadeiro espírito missionário."

------------------------------------------------------------------------------------

Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação

Verso e Voz - 22 de maio

Não há mais nada para comer, e a única coisa que vemos é esse maná! O maná era parecido com pequenas sementes brancas, meio amareladas. Ele caía durante a noite, com o orvalho. No dia seguinte de manhã, o povo ia apanhá-lo em volta do acampamento. Eles o moíam em moinhos ou o socavam em pilões, cozinhavam numa panela e faziam pães achatados que tinham gosto de pão assado com azeite. - Números 11.6-8 (BLH)

O povo tinha maná em abundância mas clamava por churrasco. Não estando satisfeito com a vida, tudo era motivo de reclamação. O nosso maior problema não é falta de recursos, mas a falta de fé! O profeta alimentado pelos pássaros, a multiplicação dos pães, a pesca milagrosa e o maná no deserto têm o tema comum: providências certas nas horas certas. Jesus reforçou este tema ao dizer que não devemos estar ansiosos quanto ao dia de amanhã e que, se o Pai cuida dos passarinhos e das flores que são pouco valorizados, quanto mais nós seremos cuidados! ... Ao buscar, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça não faltará o essencial. A insatisfação com a vida dá o desejo de possuir cada vez mais. A nossa segurança não está nas coisas que julgamos estejam à nossa disposição, mas, na realidade da presença divina... Coisas podem ser tiradas de nós, ou podem não ter o poder de nos ajudar todas as vezes que achamos que delas precisamos. Estar em harmonia com a vontade de Deus é o maior recurso que podemos ter. Com este recurso, nada nos faltará. - Darrel H. Santee

sementesbiblicas.blogspot.com

21 maio, 2007

A familia Metodista ora por sua filha Keila Guimarães

A irmã Keila Guimarães, que atuou como Secretária-Executiva de Ação Social da Igreja Metodista entre os anos de 2000 e 2006 e atualmente trabalha no Centro Universitário IPA, em Porto Alegre, necessita de nossas orações. Ela está internada na UTI para tratamento de um aneurismo. Pedimos ao Senhor que a fortaleça e traga paz à sua família, que são exemplos de dedicação e fé. A Keila, que também foi coordenadora da Assessoria de Comunicação da Igreja Metodista e grande incentivadora deste site, costuma dizer: "Deus está no controle"! Nós cremos nisso e sabemos que nossa irmã está sob o cuidado amoroso do Senhor.

Abaixo, as informações mais recentes sobre o estado de saúde da Keila:

Prezad@s irmãs e irmãos, Estamos em corrente de oração pela nossa irmã Keila Guimarães: confirmado o quadro de aneurisma cerebral, ela passará por uma cirurgia hoje à noite (segunda-feira, 21 de maio), no Hospital Santa Casa, na cidade de Porto Alegre, RS. Da. Edna (sua mãe) e a Kênia (sua irmã) estão chegando dos Estados Unidos até amanhã, terça-feira, para acompanhá-la neste processo. Oremos também por elas que estão em viagem. Confiamos no Deus da Vida em Abundância, Plena - que com certeza está zelando pela Keila.
Pastora Genilma, de Porto Alegre.

Conversando mais sobre ecumenismo – a propósito da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos


Por Magali do Nascimento Cunha

Em abril de 2005, o site Metodismo On Line, editado pelo pastor Odilon Massolar Chaves, realizou uma pesquisa com base na pergunta “Você é a favor do Ecumenismo?”. Havia cinco alternativas para o público: “sim, só com evangélicos; sim, com católicos e evangélicos; sim, só com católicos; não, a igreja deve evitar contatos com outras denominações e religiões; não, porque a Igreja pode perder a sua identidade”.
Como professora da disciplina Ecumenismo na Faculdade de Teologia da Igreja Metodista em São Bernardo, interessei-me por acompanhar a pesquisa e os comentários de alguns dos participantes, e mergulhei num processo de reflexão que me levantou uma série de questões e de desafios.


Foram 595 registros de participação na pesquisa. 94% disseram que são a favor do ecumenismo. No entanto, a forma como as alternativas foram apresentadas limitaram o ecumenismo à contraposição católicos x evangélicos. Assim sendo, a expressão “só com” foi aquela que deu o tom da pesquisa. As outras alternativas poderiam ser esquecidas. O resultado final foi 57% para o “só com evangélicos” contra 37% para o “com evangélicos e católicos”. Para mim, o que mais interessa não é o resultado numérico pois hoje em dia são muitos os estudos que analisam a forma como pesquisas são feitas, desde a formulação das perguntas até mesmo as formas de acesso. O que me importa são os dois aspectos que mencionei acima: a limitação da compreensão de ecumenismo à contraposição e a expressão “só com”. Vejamos.
1. A (in)compreensão de ecumenismo em curso. Muitos são os debates sobre ecumenismo – válido ou não, incentivável ou não... – especialmente em tempos de decisões conciliares e visitas papais. Desses debates, uma coisa se pode concluir: muitas pessoas desconhecem o que é ecumenismo, da origem da palavra à sua teologia e prática. Interessante, porque literatura esclarecedora não falta, da mesma forma disciplinas nos cursos de teologia pelos quais passam as lideranças, oportunidades para encontros e reuniões, e, sobretudo, documentos oficiais das igrejas, como é o caso da Metodista. Por que, então o desconhecimento que leva à incompreensão e a equívocos? Será mesmo um desconhecimento?


Não arrisco resposta, poderia cometer injustiças. Devo, porém, dizer que este suposto desconhecimento não é novidade. É coisa antiga. Quando da fundação do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) em 1948 (ou seja, há 55 anos), este organismo que se tornou a expressão mais significativa do movimento por unidade entre os/as cristãos/ãs, surgiram acusações como as de que o CMI seria uma estratégia para a criação de uma super-igreja e eliminar as denominações, ou ainda um recurso da Igreja Católica Romana para levar todos os evangélicos de volta ao seu meio, e mesmo uma manobra comunista de cooptação das igrejas (isto por conta da adesão das igrejas do Leste Europeu, então regido por governos socialistas). Essas acusações já revelavam um desconhecimento (ou preconceito) da história da formação do CMI, iniciada com a experiência missionária do século XIX, bem como com a visão bíblica que o fundamentava. Equívocos que até hoje (com exceção da última acusação mencionada) são cometidos.


Para mim, o maior desses equívocos na compreensão do que é ecumenismo vem justamente daquilo que a pesquisa do Metodista On Line apresentou e se refletiu no último Concílio Geral da Igreja Metodista (2006) que levou à decisão de desvinculação da Igreja ao Conselho Nacional de Igrejas Cristãs: limitar a compreensão de ecumenismo à antiga disputa católicos x evangélicos.

Ecumenismo vai muito além disso porque implica um princípio bíblico – e isto não vem da razão, precisa vir do coração – de que Deus é amor e misericórdia e, por isso, ele possui um projeto de redenção toda a terra habitada (oikoumene). No propósito de Deus não tem “homem ou mulher, grego ou judeu, escravo ou livre”, mas sim a sua criação, que ele viu que era boa no seu gesto criador, e por isso ele trabalha para que continue boa – íntegra e digna, com justiça e comunhão – tanto os seres humanos, como os outros seres animados e inanimados. Isso quer dizer que quem responde à vontade de Deus, precisa se revestir de amor e misericórdia – daí o coração e não a razão – como fez Jesus Cristo. Ele se uniu ao Pai no seu propósito redentor, convidou que outros se unissem a ele nessa ação redentora, e orou para que aqueles que ingressassem na causa de redenção da criação de Deus, o fizessem unidos, pois só assim o mundo creria nesta ação do Pai (João 17).


Por isso quem diz “sim” ao ecumenismo – ao princípio da unidade, em amor e misericórdia, daqueles que ingressam na causa de Deus para redenção da criação – não pode dizer “só com”. O “só com” não cabe porque o amor de Deus não é excludente. Pelo contrário, basta repetirmos as palavras daquele que foi todo amor e misericórdia: “quem não é contra nós é por nós”; “na casa de meu Pai há muitas moradas”; “tenho outras ovelhas que não são deste aprisco”; “quando o fizestes a um destes meus pequeninos a mim o fizestes”... Colocar alternativas a este princípio, enquadrá-lo em bases que dizem respeito tão-somente à mesquinhez e à arrogância humana, é matá-lo. Isto também não é novidade, já que entre os primeiros cristãos o exclusivismo era um perigo que rondava o propósito redentor de Deus: ‘Cristo, só para os judeus’; ‘Fé, só do jeito judeu’; sem esquecer da resposta de Pedro: “Jamais comi coisa alguma comum e imunda!” (Atos 10).


Compreender o sentido bíblico do ecumenismo, além dos aspectos teológico e histórico, é urgente se quisermos nos manter fiéis ao plano redentor de Deus! Além disso, para nós, metodistas, em meio a tantas incoerências e contradições sempre presentes em palavras, ações e decisões, é sempre bom lembrar que a contextualização da herança contida nas Obras de Wesley e os documentos produzidos no Brasil por Concílios e lideranças, são excelente fonte para aquisição desse conhecimento e discernimento.Vale um alerta neste ponto: cuidar com o uso correto da expressão wesleyana “Pensar e deixar pensar”. Esta expressão está contida no documento “O caráter de um metodista” – um tratado de orientação quanto ao que distingue metodistas dos demais grupos cristãos (Obras de Wesley [em espanhol, Tomo V, p. 5], [no inglês, Volume 8, p. 339]) . A expressão está dentro do contexto em que Wesley justamente diz que “as marcas distintivas de um metodista não são suas opiniões sobre qualquer assunto (...). Quem quer que imagine que um metodista é um homem de tal ou qual opinião, revela grande ignorância sobre toda a questão e fere totalmente a verdade”. Wesley segue dizendo que opiniões muitos têm, por isso, os metodistas “pensam e deixam pensar desde que não firam as raízes do cristianismo”.
Tudo que passar deste sentido, é manipulação, desrespeito à nossa herança doutrinária. Podemos pensar e deixar pensar em termos de opiniões sobre um tema ou outro que não sejam essenciais mas nunca em relação a princípios básicos da fé cristã e daquilo que é o caráter do metodismo. Nesse sentido, não se pode ser a favor ou contra o ecumenismo, pois, como atestam as Escrituras, e muito ensinou a tradição metodista e outras tradições cristãs, a busca da unidade e tolerância com amor e misericórdia é um princípio essencial à fé cristã. E isto ainda muitos anos antes de o movimento ecumênico existir como tal e o termo ecumenismo ter sido atribuído a essas ações de busca de unidade.

2. Amor e misericórdia são demandas de Deus!
Por último, não posso deixar de mencionar minha preocupação com os comentários que registrados nos vários espaços do site Metodismo On Line à época com relação à pesquisa e ao tema “ecumenismo”. Não com respeito ao conteúdo propriamente, mas minha preocupação está relacionada ao tom dos discursos: ironia, rancor, intolerância. Esse é o tom de um bom número de comentários, na maioria defensores do “só com”. Revelam uma postura agressiva e ofensiva, desrespeitosa com quem está “do outro lado”, ferindo, portanto, o Evangelho.

Por que tanta agressividade contra os que pregam o ecumenismo como expressão do amor e da misericórdia de Deus? Por que tanto rancor com os católicos? A ironia com os que pensam diferente e o desrespeito com a orientação doutrinária da Igreja é postura adequada para um cristão ou cristã? Tudo isto está bastante evidente no discurso de muitos que querem restringir o ecumenismo aos evangélicos.

É verdade que agressão e arrogância muitas vezes se manifestam da parte de quem defende a postura ecumênica. Desrespeito com as diferenças também se manifesta deste lado. No entanto, tem sido a postura rancorosa contra o ecumenismo a que mais tem se colocado em evidência nos últimos anos.

Minha esperança em tudo isto é que, ainda que se tente, não é possível aprisionar o Espírito de Deus em amarras ou preconceitos sejam de que natureza for. Aí será possível nascer de novo...


________


*Professora da disciplina Ecumenismo na Faculdade de Teologia da Igreja Metodista
magali.cunha@metodista.br


Verso e Voz - 21 de maio

As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. - Lamentações 3.22-23

A última experiência com Deus freqüentemente é o maior obstáculo à próxima experiência com Deus. - Richard Rohr, Everything Belongs (Tudo Pertence)

20 maio, 2007

Vidas em suspensão

*Por Frei Betto - Especialo para a Folha de São Paulo

O terapeuta se depara com o drama de mulheres que abortaram. Como religioso, solicitam-me aquelas que, diante de gravidez indesejada, sofrem a angústia da dúvida. Raramente vêm acompanhadas por seus parceiros -o que é preocupante sintoma.
Em pleno século 21, questões sérias como o aborto são, ainda, consideradas tabus. Lamento as dificuldades que a Igreja Católica impõe à discussão. Se a teologia é o esforço de apreensão racional das verdades de fé, o teólogo tem o dever de manter-se aberto a todos os temas que dizem respeito à condição humana, mormente se encerram implicações morais.
Embora contrário ao aborto, admito a sua descriminalização em certos casos e sou favorável ao mais amplo debate, pois se trata de um problema real e grave que afeta a vida de milhares de pessoas e deixa seqüelas físicas, psíquicas e morais. Ao longo da história, a igreja nunca chegou a uma posição unânime e definitiva. Oscilou entre condená-lo radicalmente ou admiti-lo em certas fases da gravidez. Atrás dessa diferença de opiniões, situa-se a discussão sobre qual o momento em que o feto pode ser considerado ser humano. Até hoje, nem a ciência nem a teologia têm a resposta exata. A questão permanece em aberto.
Santo Agostinho (século IV) admite que só a partir de 40 dias após a fecundação se pode falar em pessoa. São Tomás de Aquino (século 13) reafirma não reconhecer como humano o embrião que ainda não completou 40 dias, quando então lhe é infundida a "alma racional". Essa posição virou doutrina oficial da Igreja Católica a partir do Concílio de Trento (século 16). Mas foi contestada por teólogos que, baseados na autoridade de Tertuliano (século III) e de santo Alberto Magno (século XIII), defendem a hominização imediata, ou seja, desde a fecundação trata-se de um ser humano em processo.
Direto e indireto
Contudo a discussão se encerra oficialmente com a encíclica "Apostolica Sedis" (1869), na qual o papa Pio IX condena toda e qualquer interrupção voluntária da gravidez. No século 20, introduz-se a discussão entre aborto direto e indireto. Roma passa a admitir o aborto indireto em caso de gravidez tubária ou câncer no útero. Mas não admite o aborto direto nem mesmo em caso de estupro. Bernhard Haering, um dos mais renomados moralistas católicos, admite o aborto quando se trata de preservar o útero para futuras gestações ou se o dano moral e psicológico causado pelo estupro impossibilita aceitar a gravidez. É o que a teologia moral denomina ignorância invencível.
Nem a igreja tem o direito de exigir sempre de seus fiéis atitudes heróicas. Roma é contra a descriminalização do aborto baseada no princípio de que não se pode legalizar algo que é ilegítimo e imoral: a supressão voluntária de uma vida humana. A história demonstra, porém, que nem sempre a Igreja o aplicou com igual rigor a outras esferas, pois defende a legitimidade da "guerra justa" e da revolução popular em caso de tirania prolongada e inamovível por outros meios ("Populorum Progresio"). É o princípio tomista do mal menor.
Em muitos países, a igreja aprova a pena de morte para criminosos. Embora a igreja defenda a sacralidade da vida do embrião em potência, a partir da fecundação, ela jamais comparou o aborto ao crime de infanticídio e nem prescreve rituais fúnebres ou batismo in extremis para os fetos abortados.
É preciso encarar com seriedade as razões que induzem uma gestante ao aborto. A opção de abortar é moral e política. Pode ser encarada pelo ângulo do poder do mais forte sobre o frágil. Tão frágil que podem ser encontradas justificativas científicas para negar-lhe o título de humano. Para a genética, o feto é humano a partir da segmentação. Para a ginecologia-obstetrícia, desde a nidação. Para a neurofisiologia, só quando se forma o cérebro. E para a psicossociologia, quando há relacionamento personalizado. Em suma, o feto é uma espécie de subproletário biológico. Tão reduzido à sua impotência que não tem como protestar ou rebelar-se.
Em muitos casos de aborto, o feto paga pela rejeição que a mulher tem ao homem que a fecundou ou pelos preconceitos que a atemorizam e a tornam tão escrava de conveniências sociais que, paradoxalmente, decide extraí-lo em nome de sua suposta liberdade. Liberdade que teme e da qual foge quando se trata de admitir uma relação adúltera, assumir-se como mãe solteira ou exigir de seu parceiro, ainda que casado com outra mulher, que se assuma como pai diante da evidência de uma vida em processo.
Há homens que, confrontados com uma inesperada gravidez, reagem com uma covardia inominável, como se o problema fosse apenas da mulher. E há mulheres coniventes com a omissão masculina, não raro por ter de optar entre o feto e o afeto...
Partilho a opinião de que, desde a fecundação, já há vida com destino humano e, portanto, histórico. Sob a ótica cristã, a dignidade de um ser não deriva daquilo que ele é, e sim do que pode vir a ser. Por isso, o cristianismo defende os direitos inalienáveis dos que se situam no último degrau da escala humana e social. O debate sobre se o ser embrionário merece ou não reconhecimento de sua dignidade não deve induzir ao moralismo intolerante, que ignora o drama de mulheres que optam pelo aborto por razões que não são de mero egoísmo ou conveniência social.
O dom da vida
Trata-se de mulheres muito pobres, que, objetiva e subjetivamente, não têm condições de assumir o filho; de prostitutas que dependem de seus corpos para sobreviver e dar de comer aos dependentes; de casais que se deparam com uma gravidez imprevista que viria desestabilizar a vida conjugal e familiar; de mulheres mentalmente enfermas, incapacitadas para cuidar de uma criança; ou que engravidam involuntariamente após os 40, quando aumenta a possibilidade de nascer um filho com deficiência.
É a defesa do sagrado dom da vida que levanta a pergunta se é lícito manter o aborto à margem da lei, pondo em risco também a vida de inúmeras mulheres que, na falta de recursos, tentam provocá-lo com chás, venenos, agulhas ou a ajuda de curiosas, em precárias condições higiênicas e terapêuticas. Uma legislação em favor da vida faria esse problema humano emergir das sombras para ser adequadamente tratado à luz do direito, da moral e da responsabilidade social do poder público.
O teólogo González Faus opina que, "mais do que o moralista, a existência de situações-limite deve ser contemplada pelo legislador civil, que não está obrigado a assegurar toda a moralidade, e sim a convivência pacífica, nem está obrigado a prescrever a heroicidade ou a procurar um "melhor" inimigo do bem, senão que muitas vezes há de contentar-se em evitar o mal maior. E é possível que, nas atuais circunstâncias de nossa sociedade, a descriminalização legal do aborto seja um mal menor" ("Este Es el Hombre", ed. Cristandad, Madri, 1986, pág. 277).
A morte clandestina no ventre elimina qualquer risco à propriedade e à imagem pública do proprietário. Para este, aliás, não há ilegalidade nessa matéria. Basta enviar a gestante a uma clínica particular e tudo se resolve. Mas como ficam as mulheres pobres que não podem ter filhos, senão sob o risco de perderem o emprego e deixarem a família na miséria? São inúmeras as que, para obter trabalho, se vêem obrigadas a esconder que são casadas e a impedir ou interromper a gravidez. Se os moralistas fossem sinceramente contra o aborto, lutariam para que não se tornasse necessário e todos pudessem nascer em condições sociais seguras.
Ora, o mais cômodo é exigir que se mantenha a penalização do aborto. Mas como fica a penalização do latifúndio improdutivo e das causas que levam à morte, por ano, cerca de 26 entre cada mil crianças brasileiras que ainda não completaram 12 meses de vida?
Promover campanhas
A descriminalização não reduz o número de abortos clandestinos. Muitas mulheres continuam a preferir o anonimato, para evitar danos à sua imagem social e/ou à do parceiro. Diminui é o número de óbitos em conseqüência do aborto. Em países onde o aborto não é criminalizado, inúmeras gestantes, ao procurar os serviços sociais decididas a fazê-lo, são convencidas a ter o filho -o que não ocorreria se vigorasse a criminalização."No plano dos princípios" - declarou o bispo Duchène, presidente da Comissão Episcopal Francesa para a Família-, "lembro que todo aborto é a supressão de um ser humano. Não podemos esquecê-lo. Não quero, porém, substituir-me aos médicos que refletiram demoradamente no assunto em sua alma e consciência e que, confrontados com uma desgraça aparentemente sem remédio, tentam aliviá-la da melhor maneira, com o risco de se enganar" ("La Croix", 31/3/79).
Não se trata, pois, de legalizar o aborto, como se fez com o divórcio. Antes, de impedi-lo e defender os direitos da vida em embrião. Assim, uma legislação em favor da vida deve obrigar o poder público a promover amplas campanhas contra o aborto; esclarecer suas implicações morais, físicas e psicológicas; prever sanções aos empregadores que recusam mulheres casadas ou não dão suficiente apoio às gestantes; criar postos de atendimento às gestantes que pensam em abortar, onde médicos, psicólogos, assistentes sociais e, inclusive, ministros da confissão religiosa da interessada procurem convencê-la a assumir o filho, demovendo preconceitos; ampliar a rede de casas da Mãe Solteira, de modo a evitar que as gestantes solteiras sejam induzidas ao aborto por desamparo afetivo, moral ou econômico; assegurar salário-maternidade e multiplicar o número de creches; criar sistema telefônico de atendimento a mulheres angustiadas por gravidez imprevista, o SOS Futuras Mães; oferecer ajuda financeira a famílias que adotam crianças rejeitadas pelas mães.
Em suma, assegurar o direito à vida do embrião e amparo moral, psicológico e econômico à gestante bem como prescrever medidas concretas que socialmente venham a tornar o aborto desnecessário.
___________
CARLOS ALBERTO LIBÂNIO CHRISTO, o Frei Betto, 62, é frade dominicano e escritor. É autor de, entre outras obras, "A Mosca Azul - Reflexão sobre o Poder" (Rocco). Foi assessor especial da Presidência da República (2003-2004)..

Izabela Hendrix - Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos



Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - Conic
Quinta-feira, 24 de maio, às 20 horas, na Capela do Instituto Metodista Izabela Hendrix, acontece a celebração ecumênica do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – Conic, como parte da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. O Conic foi fundado em 1982, e atua na aproximação entre as igrejas, dinamizando o Ecumenismo por meio da realização e apoio a eventos e edição de publicações. Também atua na dimensão social e política, apoiando movimentos de base, políticas públicas e se posicionando em relação a temas de relevância na construção de uma sociedade cada vez mais democrática.

Levante sua voz contra a injustiça!

“Fale a favor daqueles que não podem se defender. Proteja os direitos de todos os desamparados. Fale por eles e seja um juiz justo. Proteja os direitos dos pobres e dos necessitados”. Pv 31:8-9

A Rede Fale desenvolve um trabalho com cartões, que abordam temas relacionados a problemas sociais, incentivando a oração, sugerindo ações práticas e pedindo que cada pessoa encaminhe por correspondência uma carta padrão para uma autoridade responsável em resolver o problema social abordado.

O tema atual é o Saneamento Ambiental no Brasil. Para se ter uma idéia do tamanho do problema, 93 milhões de pessoas não têm esgoto tratado pelas redes publicas nas regiões urbanas. A autoridade que receberá os cartões será o Presidente Lula.

Vejam o cartão em pdf nos links abaixo:

www.mep.org.br/arquivos/defesadireitos/cartao_saneamento_frente.pdf

www.mep.org.br/arquivos/defesadireitos/cartao_saneamento_verso.pdf

Se não conseguir baixar solicite que enviemos diretamente para o seu e-mail através do mep@mep.org.br.

Um trabalho interessante, talvez seja mostrar a proposa ao seu pastor, para iniciar uma sensibilização voltada ao engajamento da igreja na pratica da missão integral. O cartão talvez seja uma boa ferramenta para sensibilizar as pessoas engajadas na área de ação social para o tema. Se houver abertura, um trabalho com toda igreja seria muito bom. Interessante também para você conhecer pessoas progressistas, interessadas na busca da justiça que poderá se desdobrar em um núcleo do MEP em sua igreja.

Podemos tentar mandar cartões por correio para você. Caso haja interesse mande um e-mail para mep@mep.org.be informando a quantidade de cartões desejado.

Maiores informações sobre a rede Fale: www.fale.org.br fale@fale.org.br

“Por que sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústia até agora.” Romanos 8.22.

Que a Esperança seja Grande em Deus, que Seu Amor nos dê Força e Seu Espirito nos Oriente!

Forte abraço,

Geter Borges

Diretor - Mep Brasil

(61) 9211-4242

geterborges@terra.com.br

www.mep.org.br - Incentive o cadastro sem compromisso para informações sobre o MEP.

Não existe caminho para a paz: A paz é o caminho

Por Robert Stephen e Maria Newnum*

Não temos receio em afirmar que duas frases simples do último século colocam todas as religiões diante da verdade da fé. A primeira é de Abraham Johannes Muste que dizia: “Não Existe caminho para a paz, a paz é o caminho”. E a de Hans Küng que disse: “Não haverá paz no mundo, enquanto não houver paz entre as religiões”. Não há como dizer qual delas é mais verdadeira.

Muste dizia que o maior problema da guerra é o vencedor. Pois o vencedor fica com a convicção que a violência dá resultado. “Quem lhe ensinará uma nova lição?” Perguntava Muste.

A cada Semana de Oração voltamos à frase desafiadora de Küng: “Não haverá paz no mundo enquanto não houver paz entre as religiões”. Isso nos coloca na parede quanto ao nosso papel como cristãos e construtores da Paz. O desafio da Semana de Oração nem é, aparentemente, tão grande assim, pois a proposta é para nos unirmos com nossos irmãos católicos e protestantes pelo uma vez por ano para rezar.

Mas é surpreendente as confusões que surgem. Rapidamente nos vemos no meio de uma guerra; uma guerra de egos, de donos do céu, donos de Jesus...

Nessa guerra, os vencedores logo aparecem; são os que ficam de fora, os que negam a se juntar, os que atacam e lançam toda sorte de maledicência dizendo, por exemplo, que os católicos querem evangelizar os protestantes ou vice-versa. Nessa hora vem a lembrança de Muste: “O pior da guerra são os vencedores, quem lhes ensinará uma lição nova?”

Aqui em casa já nos acostumamos a ficar do lado dos “perdedores”. Ou seja, fazemos parte de uma minoria que insiste em orar juntos ao menos uma vez por ano e sonhar com um futuro onde a tolerância e o respeito sejam tão fortes, que nem nos importará saber a qual igreja pertence nossos amigos e amigas da Semana de Oração.

De fato já experimentamos isso há vários anos. O melhor é que a cada ano aumenta nossa lista de amigos que continuam a nos brindar com amizade, bondade e aquela paz que supera todas as barreiras lastimavelmente levantadas pelos “vencedores” da guerra contra o ecumenismo.
Na prática quer dizer que se tivermos uma emergência numa noite fria e chuvosa teremos com quem contar. Isso não é pouca coisa

Juntos nessa simplicidade da vida, somos grãozinhos pequenos. Mas Jesus já dizia: “Deixe vir a mim os pequeninos, porque eles são de paz”.

Que a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos seja, também para você, oportunidade de aprender coisas novas. Só os verdadeiros vencedores se fazem aprendizes dia-a-dia.
__________
*Robert Stephen Newnum é missionário metodista, doutor em Ciências da Religião, professor e integrante Movimento Ecumênico de Maringá. Maria Newnum é teóloga metodista e Vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá. Para ler outros artigos cadastre-se no link: http://br.groups.yahoo.com/group/LittleThinks/

Thomas Hanks fala sobre Homofobia, cultura e sociedade

Thomas Hanks, professor do ISEDET – Instituto Superior Evangélico de Estudos Teológicos - de Buenos Aires, reconhecido estudioso do fenômeno da homofobia falará em encontro com lideranças e docentes de Belo Horizonte sobre Homofobia, cultura e sociedade

Segunda-feira, dia 21 de Maio a partir das 17h30 o no auditório do Hotel Argentina - Rua Cruz Lima, 186, Flamengo.

Memória da 3ª Jornada Ecumênica



Boletim Redes que traz a memória da 3ª Jornada Ecumênica, acontecida em Mendes, RJ, em outubro de 2005. Material produzido e publicado originalmente no site de KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço pode ser acessado no link da Igreja Vila Isabel abaixo: http://www.metodistavilaisabel.org.br/missao_new/descricaoecumenismo.asp?n=0
Foto- Tapete - dia de Corpos Cristis em Maringá

Verso e Voz - 20 de maio

Ouvindo-me algum ouvido, esse me chamava feliz; vendo-me algum olho, dava testemunho de mim; porque eu livrava os pobres que clamavam e também o órfão que não tinha quem o socorresse. A bênção do que estava a perecer vinha sobre mim, e eu fazia rejubilar-se o coração da viúva. - Jó 29.11-13

Todos os viajantes, em algum momento da caminhada, acham necessário conferir seu percurso, ver como estão indo. Esperamos até que estamos doentes, ou silenciados pelo choque, antes de fazer a coisa normal de verificar nosso rumo. E ainda, desejamos saber por que estamos deprimidos, por que estamos infelizes, por que perdemos nossos amigos, por que estamos mal-humorados. Passamos esta condição às nossas crianças, nossos maridos, nossas esposas, nossos sócios, nossos amigos. Cultive a vontade de demorar. ... Quem sabe? Deus pode lhe sussurrar na quietude que tem tentado dizer a você por muito tempo. - Howard Thurman, Deep Is the Hunger (A Fome é Profunda)

beliefnet.com/blogs/godspolitics/