12 maio, 2007

“Mil vozes para celebrar” - 56ª. Semana Wesleyana

Tricentenário do nascimento de Charles Wesley (1707-1788)
21 a 25 de maio de 2007

A 56ª. Semana Wesleyana celebrará os 300 anos de nascimento de Charles Wesley, compositor sacro e um dos inspiradores do metodismo, juntamente com seu irmão John, na Inglaterra do século XVIII. A Semana pretende ser uma contribuição para o resgate de uma cultura caríssima a toda família wesleyana, em particular, e ao protestantismo, em geral, afinal Charles Wesley é considerado ainda hoje insuperável como compositor sacro. A música tem sido um dos elementos motivadores de destaque da proclamação do Evangelho, particularmente entre os metodistas.
Programa
21 de maio, segunda-feira
19h30 - Culto de Abertura
Conferência 1: Mil Vozes para Celebrar - Simei Monteiro
22 de maio, terça-feira
7h30 - Devocional
8h - Conferência 2: Mil Vozes para Celebrar - Simei Monteiro
14h - Oficina: A Hinódia Wesleyana
19h30 - Devocional
19h45 - Painel 1: A Música na Igreja Hoje
23 de maio, quarta-feira
7h30 - Devocional
8h - Palestra 1: Observações Teológicas sobre os hinos de Charles Wesley para o tempo de Pentecostes - Paulo Ayres Mattos
14h - Oficinas (continuação): A Hinódia Wesleyana
19h30 - Devocional
19h45 - Conferência 3: Mil Vozes para Celebrar - Simei Monteiro
24 de maio, quinta-feira
7h30 - Devocional
8h - Conferência 4: Mil Vozes para Celebrar - Simei Monteiro
14h - Oficinas (continuação): A Hinódia Wesleyana
19h30 - Devocional
19h45 - Palestra 2: No princípio era a música...: música na vida e na Igreja - Carlos Alberto Rodrigues Alves
25 de maio, sexta-feira
7h30 - Devocional
8h - Painel 2 (manhã): Propostas e perspectivas para a hinódia brasileira
10h - Celebração Eucarística
19h30 - Devocional
19h45 - Painel 2 (noite): Propostas e perspectivas para a hinódia brasileira
Encerramento
Evento Paralelo
6ª. Feira Metodista do Livro
Mostra de livros teológicos principais editoras e livrarias especializadas. Promoções especiais para participantes da Semana Wesleyana. Lançamento de novas publicações da Editeo.
Conferencista
Simei Ferreira de Barros Monteiro - Assessora de Liturgia do Conselho Mundial de Igrejas
Assessores/as convidados/as (palestras, painéis e oficinas)
Carlos Alberto Rodrigues Alves - musicista e educador
Davi Junker - maestro e educador
Hélen Luce Campos S. Pereira - musicista e educadora
Helmut Renders - especialista em estudos wesleyanos
José Carlos de Souza - especialista em estudos wesleyanos
Liséte Espíndola - musicista e educadora
Lúcia Lopes - musicista e educadora
Luiz Carlos Ramos - liturgista e educador
Magali do Nascimento Cunha - comunicóloga e educadora
Paulo Ayres Mattos - especialista em estudos wesleyanos
Wilson Gavaldão - musicista
Para participar da 56ª. Semana Wesleyana basta remeter a ficha de inscrição juntamente com cópia do recibo de depósito da taxa de inscrição. As Regiões Eclesiásticas da Igreja Metodista, por meio da FaTeo, oferecem bolsa hospedagem/ alimentação. Interessados/as devem entrar em contato com Sede da sua Região. Participantes bolsistas devem efetuar o pagamento de inscrição parcial.
Mais - http://www.metodista.br/fateo/fateo/201cmil-vozes-para-celebrar201d-56a-semana-wesleyana/

Igreja Metodista de Vila Isabel Ora pela Unidade dos Cristãos

Igreja Metodista de Vila Isabel foi convidada para acolher na 4ª-feira, 23 de maio de 2007, uma das celebrações ecumênicas que acontecerão de 21 a 26 de maio dentro da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. A Semana de oração aqui no Rio de Janeiro é promovida pelo CONIC-RIO. O Grupo de Trabalho de Vivência ecumênica, reunido na última 4ª-feira, dia 4 de abril, aceitou o convite juntamente com o Pr. Ronan e faremos uma celebração bem bonita.
A celebração ecumênica em Vila Isabel será às 20h da 4ª-feira, dia 23/05/2007

Verso e Voz - 12 de maio

Olho para o futuro e vejo o povo de Israel. Um rei como uma estrela brilhante, vai aparecer naquela nação; como um cometa ele virá de Israel. Ele derrotará os chefes dos moabitas e acabará com esse povo orgulhoso. - Números 24.17 (BLH)

Este texto se refere à profecia de Balaão: Os Moabitas contrariam o povo de Israel, mas o profeta, após argumentar, acabou profetizando a favor do povo de Deus... Os inimigos de Israel queriam a sua destruição, mas, apesar de vulnerável, o povo tinha muita força e seus inimigos derrotados! Quem luta contra o destino acaba se destruindo. Há uma oração mais ou menos assim: - “Ajuda-me a mudar aquilo que deve ser mudado, não perder tempo e energia em tentar mudar aquilo que não pode e não deve ser mudado e dá-me a sabedoria para saber a diferença entre um e outro”. É importantíssimo conhecermos os desígnios de Deus para podermos agir dentre eles. O cosmos tem a sua ordem, seus princípios e todos os seres vivos estão programados para agir dentro dele, de acordo com estes princípios. O ser humano parece fugir a esta regra, podendo optar pelo caminho de auto-destruição e não de sobrevivência! A fé verdadeira coloca você no caminho da bênção e não da maldição. - Darrel H. Santee

sementesbiblicas.blogspot.com

11 maio, 2007

Verso e Voz - 11 de maio

Sendo, pois, o homem justo e fazendo juízo e justiça, não comendo carne sacrificada nos altos, nem levantando os olhos para os ídolos da casa de Israel, nem contaminando a mulher do seu próximo, nem se chegando à mulher na sua menstruação; não oprimindo a ninguém, tornando ao devedor a coisa penhorada, não roubando, dando o seu pão ao faminto e cobrindo ao nu com vestes; não dando o seu dinheiro à usura, não recebendo juros, desviando a sua mão da injustiça e fazendo verdadeiro juízo entre homem e homem; andando nos meus estatutos, guardando os meus juízos e procedendo retamente, o tal justo, certamente, viverá, diz o SENHOR Deus. - Ezequiel 18.5-9

O ritmo de vida para um morador do reino põe chronos a serviço do kairos, o cíclico a serviço do direcional, o calendário a serviço do reino. ... Enquanto submetemos nossa anarquia a um ritmo, em um modo térreo, místico, toda a vida é vivida lucidamente, intencionalmente, e para a glória de Deus. Todo lavar se torna um batismo; todo comer uma Comunhão. Todo dormir se torna um morrer; todo levantar uma ressurreição. - Kenneth Gottman, Ministry and Mission (Ministério e Missão)

beliefnet.com/blogs/godspolitics/

10 maio, 2007

Ex-capela metodista é transformada em mesquita

CLITHEROE, Inglaterra (UMNS) - Depois de anos procurando um lugar para adorar, muçulmanos na cidade de Clitheroe no norte de Inglaterra ganharam permissão de planejamento para transformar uma ex-capela metodista em uma mesquita.

Metodista locais e outros grupos de fé estiveram entre os partidários da mesquita, solidários ao lado dos vizinhos muçulmanos enquanto enfrentaram oposição vocal e até mesmo abuso racial daqueles que fizeram campanha contra a mesquita proposta.

Este é um assunto básico de direitos humanos”, disse o Rev. Christopher Cheeseman, ministro superintendente do Circuito metodista Clitheroe. “Estas são pessoas de fé que desejam achar um lugar para adorar”.

A mesquita mais próxima é 32 km distantes ida-e-volta de Clitheroe. Durante anos a comunidade muçulmana--que numera 300 dos 15,000 habitantes da cidade--se reuniu no Centro de Educação Islâmico Medina localizado em uma das pequenas casas com terraços ou enfileiradas de Clitheroe.

Os planos recém aprovados para o Centro de Sociedade da Comunidade no antigo local da Igreja Metodista Mount Zion incluirá uma mesquita, espaço para atividades da comunidade e um centro inter-religioso. A igreja oficialmente fechou suas portas em 1940 quando uniu com outras congregações metodistas locais. Desde então, o edifício tinha sido usado como um depósito de munições durante a Segunda Guerra Mundial e uma fábrica para vários negócios diferentes até recentemente quando o Centro de Educação Islâmico Medina comprou a propriedade.

Menos de 300 metros do Mount Zion é uma outra ex-capela metodista que agora hospeda o Empório de vinhos, uma transformação que parece ter aborrecido poucos nesta cidade de mercados de classe-média. É uma ironia não perdida por Cheeseman que escreveu cartas em defesa do pedido de permissão da mesquita para todos os membros do conselho municipal de planejamento.

Abanando chamas de ódio

Cheeseman e outros metodistas, junto com outros cristãos, judeus e budistas locais, fizeram questão de se opor aos esforços do Partido Nacional Britânico (da extrema-direita) de Clitheroe. Muitos sentem que o partido explorou divisões nesta comunidade sobre a mesquita nova, abanando as chamas de ódio racial deliberadamente para seu próprio ganho político.

Durante eleições locais em 2003, panfletos de campanha do Partido Nacional Britânico descreveram a cidade dominada por uma mesquita com cúpula com minaretes, embora os planos da mesquita nova e do centro social não contenham nenhuma alteração para o exterior do edifício de igreja.

O Rev. Dale Barton, oficial inter-religioso para a organização Igrejas Unidas de Lancashire, disse o direito básico à liberdade religiosa está em jogo em Clitheroe. Ele recordou assistindo a uma investigação independente sobre o pedido da mesquita onde foram dirigidos insultos abertamente racistas contra muçulmanos locais. Profundamente perturbado pelo que ele viu e ouviu, Barton disse que era “a reunião mais racista em que fui em minha vida inteira.”

Um porta-voz para o conselho local contou para o United Methodist News Serviço (Serviço de Notícias da Igreja Metodista Unida) que o conselho tinha recebido várias cartas opostas à proposta de mesquita que era tão racista e ofensiva eles não puderam ser tornados público.

Ainda em uma decisão que surpreendeu todo o mundo, inclusive a comunidade muçulmana, a mesquita adquiriu sua permissão de planejamento.

Para ser honesto, nós fomos resignados ao fato que falharíamos como todas as vezes anteriores”, disse Sheraz Arshad, secretário do Centro de Educação Islâmico Medina.

Esforços para cooperação

Nascido em Clitheroe, Arshad tem 31 anos e é um gerente de projetos Aeroespacial Britânico, e chave fundamental no esforço para construir o Centro de Sociedade da Comunidada Islâmica. Ele cresceu assistindo seu pai e outros líderes de comunidade trabalhando duro, mas no final das contas não estabeleceram uma mesquita ali. O pai dele morreu em 2000.

Arshad disse estar “comovido pelo apoio, compreensão e empatia da comunidade metodista” e outros grupos de fé que apoiaram os muçulmanos locais durante este processo difícil.

Realmente estava pasmo em experimentar as pessoas que entendem o que é para uma outra comunidade querer um lugar de adoração, compreender de onde aquela necessidade vem e então fazer tudo para nos ajudar a realizar isso”, Arshad disse.

Essas experiências fizeram a comunidade muçulmana de Clitheroe até mais decidida em continuar a estender a mão através o divisor cultural e religioso, ele disse.

Como resultado deste processo percebemos há muita ignorância e fanatismo lá fora. Queremos agir como campeões para a “cooperação inter-religiosa”, ele disse. “Nossa fé ensina que deveríamos trabalhar para a melhoria da comunidade inteira. Queremos dar para a comunidade maior um lugar para vir e compartilhar.”

Os partidários da mesquita nova e centro social sabem que eles enfrentam desafios contínuos. O prédio da ex-Igreja Metodista Mount Zion agora porta marcas de recente vandalismo e ataques de bomba de fogo.

Encorajado pelo apoio

O Rev. Inderjit Bhogal, ex-presidente da Igreja Metodista e ex-conselheiro do governo em assuntos de igualdade racial, disse que é encorajado pelo apoio dos metodistas de Clitheroe pela mesquita nova.

Esta situação facilitou relações que reuniram as pessoas de fés diferentes”, ele disse. “Sempre que isso acontece, eu sinto que isso está dentro dos “propósitos de Deus”.

Bhogal, que dirige um foro inter-religioso na região de Yorkshire e Humber na Inglaterra, também aplaude a comunidade de fé de Clitheroe por resistir a elementos extremistas, como o Partido Nacional Britânico. Enquanto eleições locais se aproximam em maio, ele espera que os cristãos desafiarão os candidatos para serem os defensores para todos os membros das suas comunidades.

Pessoas precisam perguntar para os políticos locais por sua visão para sua comunidade”, ele disse. “É uma que abraça tudo da comunidade? É uma Inglaterra onde todos pertencemos? Estes são os tipos de perguntas que nós cristãos precisam levantar.”

* LaCamera é um correspondente do UMNS baseada na Inglaterra.

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United Methodist News Service

http://umns.umc.org

Tradução – Robert Stephen Newnum – GBGM

Música para unidade dos cristãos

25 de maio de 2007, às 20:00h, na PUC de Londrina

O Samaritano Bom - Uma pedagogia da tolerância a partir de Lucas 10.25-37

*Por Luiz Carlos Ramos
(Para Vastí e Elenise, pedagogas da tolerância e do bem)

Prólogo
Estou cada vez mais convencido de que os textos bíblicos mais conhecidos são também os menos compreendidos. Justamente porque são lidos tão freqüentemente dos nossos púlpitos e são tão recorrentes em nossas prédicas, que acabam por cauterizar (“blindar”, diriam alguns políticos contemporâneos) nossas mentes e corações e tornamo-nos imunes à sua mensagem. Recuperar o frescor original e o impacto que esses textos tiveram sobre seus primeiros ouvintes e leitores é tarefa que, paradoxalmente, o exegeta, o hermeneuta e o homileta, só alcançam com muito esforço e com a graça de Deus. Assim sendo, oramos para que Deus bendiga o nosso esforço e nos dê a graça de lermos e refletirmos sobre esta perícope como se o estivéssemos fazendo pela a primeira vez.

Lucas 10.25-37: 25 E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? 26 Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas? 27 A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 28 Então, Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás. 29 Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo? 30 Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto. 31 Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. 32 Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo. 33 Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. 34 E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele. 35 No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar. 36 Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? 37 Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo.

Introdução
Em certa passagem, o autor da epístola aos coríntios refere-se à “mente de Cristo” (1Co 2.16). Mas o que é, afinal, a “mente de Cristo”? Ora, a narrativa evangélica que acabamos de ler nos dá uma boa idéia de como a “mente de Cristo” funciona: combinando de maneira fascinante os elementos lógicos e os analógicos.

Vejamos: diante da pergunta perspicaz, feita por um “intérprete da Lei” (“com o intuito de pôr Jesus à prova”, v. 25), Jesus responde, com igual perspicácia, devolvendo ao interlocutor a pergunta: “Que está escrito na Lei? Como interpretas?” (v. 26). Jesus, aqui, apela para a lógica e a objetividade da Lei, conhecida do interlocutor, uma vez que este era especialista em sua interpretação. À pergunta objetiva de Jesus, o intérprete respondeu citando uma conhecida síntese legal que os advogados de então carregavam, literalmente, na manga (era costume trazerem atadas à manga das vestes, tiras com resumo de leis, para consultas rápidas): “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (v.27). À resposta tão objetiva do intérprete, segue-se a conclusão lógica e sumária de Jesus: “Respondeste corretamente; faze isto e viverás.” (v. 28).

Entretanto, como sabemos, o que o intérprete buscava era, antes, um pretexto para “incriminar” Jesus. Por isso insiste, deixando a lógica de lado (a gente sempre deixa a lógica de lado quando isso nos favorece ou interessa): “Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?” (v. 29). É aqui que entra em ação o lado “analógico” da “mente de Cristo”: “Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó...” (vv. 30ss). Se a argumentação objetiva não surte efeito, então, tentemos a subjetiva! Jesus recorre à metáfora, à parábola, à linguagem simbólica, à força da imagem e ao poder da imaginação. Sua narrativa descreve uma cena com inúmeras contradições lógicas e paradoxos teológicos. Observemos mais atentamente alguns desses contrastes:

Primeiro: sabe-se que Jerusalém fica a cerca de 740m (de altitude) acima do nível do mar, enquanto Jericó, a 400m (de baixitude) abaixo do nível do mar na região do mar morto. Por essa razão, numa pequena distância de menos de 30km há um desnível de mais de 1.100m. É um caminho íngreme, cheio de desfiladeiros, ideal para as emboscadas e a ação de salteadores (funcionava assim como uma espécie de “Linha Vermelha” dos tempos neotestamentários). Ninguém, em sã consciência, se aventuraria a passar por ali a não ser que estivesse bem guardado. Por essa razão, as pessoas que tinham que fazer esse trajeto, geralmente, viajavam em caravanas. Ao que tudo indica, portanto, a vítima da parábola não era exatamente alguém a quem se poderia chamar de “prudente”. Hoje, se diria que ele “deu sopa pro azar”.

Uma segunda questão: geralmente pensamos que o sacerdote e o levita, que passaram “de largo”, faltaram com suas obrigações, mas isso não é bem verdade. Pois havia leis muito claras e rígidas que diziam que os que exerciam funções religiosas ficariam impedidos de realizá-las caso tocassem em um cadáver, ou em um estrangeiro, pois estariam ritualmente impuros. Ora, esses senhores fizeram o que parecia certo, o que era mais lógico. Devem ter pensado: “Esse que está aí no chão pode ser um estrangeiro e pode me contaminar e impedir-me de realizar minhas funções. Ou pior, pode estar morto e, neste caso, nada poderei fazer mesmo para ajudá-lo. Além do que, se esse sujeito se aventurou a viajar por estas paragens desacompanhado, é porque era mesmo um irresponsável e imprudente — teve, portanto, o que merecia. Pensando bem, isso aqui bem pode ser uma emboscada. Ele pode estar fingindo para me atrair e, assim que eu chegar perto, salteadores cairão sobre mim, tornando-me a verdadeira vítima desta história suspeita.” Portanto, a lógica e o bom senso sugeriam a esses senhores que não haveria nada mais inteligente a fazer, a não ser dar o fora dali o mais rápido possível. Não devemos recriminá-los por isso, pois não fazemos nós exatamente a mesma coisa quase todos os dias, quando passamos por pessoas em situações semelhantes nas estradas, nos semáforos, nas calçadas...?

Finalmente, entra em cena o “samaritano” (que em nenhum lugar no texto é chamado de “bom”, a não ser no título que lhe emprestou a tradição e o tradutor, João Ferreira de Almeida). Esse samaritano, sim, quebra todas as regras do bom senso. Aproxima-se do perigo. Quando está bem perto, não pode deixar de notar que a vítima era um desses judeus arrogantes por quem os samaritanos nutriam um desprezo sistemático, mas isso não o impede de aproximar-se ainda mais. Importa-se com um semi-morto. Correndo o risco de ser ele também tomado de assalto e terminar do mesmo jeito que aquele que está diante dele, detém-se a cuidar dos seus ferimentos: “E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho” (v. 34). E mais, servindo-se do seu próprio meio de transporte, levou-o até uma hospedaria onde a vítima pudesse ser tratada e recuperar-se dos seus ferimentos (em gr. traumata). E ainda, mais, gastou parte do seu dinheiro com tudo isso.

A pedagogia do certo
Como se pode ver, nessa história, não há dúvida alguma a respeito de quem teria feito o certo. Quem fez o certo foram o sacerdote e o levita. Eles cumpriram os preceitos religiosos; eles usaram de bom senso, evitando o perigo; eles usaram a lógica e a inteligência para salvar a pele.
Sim, quem fez tudo errado foi o samaritano: arriscou-se, quebrou preceitos, rompeu com o bom senso, desperdiçou suas reservas de medicamentos e ataduras, perdeu tempo e dinheiro — além de tudo, o homem tomou prejuízo!? (acho que isso foi o que mais impressionou os interlocutores de Jesus, pois sabemos de sua fama de avarentos).

Se o sacerdote e o levita fizeram o que era certo, e quem procedeu errado foi o samaritano, porque Jesus considera este último o herói da história? Esta é realmente uma questão intrigante. Parece que a chave para entendermos tudo está dada no versículo 33: “Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele” (não se trata, portanto, de um “bom samaritano” —como se fosse um bom carioca, ou um bom paulista, etc.— mas de um samaritano bom —como seria um carioca bom, ou um paulista bom, etc..).

O verbo “compadecer-se” (em gr. splagchnizomai) deriva de splagchnon, que significa “vísceras”, “intestinos”, “entranhas”. Trata-se daquele sentimento que faz com que o estômago fique embrulhado, revirado, diante do sofrimento humano; tal compaixão é aquela que faz a gente ficar enojado, que solta os intestinos, que dá ânsias de vômito...
Perdoem-me se fazer essas alusões soe como mau gosto e conversa de mau tom. Mas esta é a chave para entendermos a “mente de Cristo” e a sua proposta pedagógica, nesta perícope: É que quando a gente está na academia, e preocupado com a educação formal, tendemos a nos concentrar naquilo que é certo (a verdade/razão), e naquilo que é inteligente (lógica!). Assim, parece natural que, quanto mais seguros estivermos de estarmos certos, e de estarmos do lado da verdade, mais justificativa encontramos para nossos atos de indiferença e, pior, de intolerância. Nesse sentido, fazer o que é certo, é o primeiro passo para a intolerância, porque, surpreendente e paradoxalmente, saber a verdade pode funcionar como antídoto para a compaixão.

A pedagogia do bem?
Qual é, então, a questão proposta por Jesus, aqui? O problema não é ter que escolher entre fazer o certo ou o errado. A questão está entre fazer o certo ou fazer o bem! Em outras palavras, com esta parábola, Jesus estava propondo que quando tivermos que optar entre fazer o certo ou fazer o bem, devemos sempre escolher fazer o bem!

Como academicistas, reforçamos a idéia de que, para se fazer o certo, devemos exercitar a razão, e é isso mesmo, e assim devemos fazer sempre; mas nunca devemos perder a noção de que o certo não é mais importante do que a Vida: “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mt 2.27). Se a nossa pedagogia do certo nos impede de sermos melhores e mais humanos, se nos incapacita para sentirmos indignação e nojo pela miséria e pela degradação da grande comunidade universal, e se nos torna intolerantes ou indiferentes ao sofrimento do nosso vizinho, a ponto de guardarmos cada vez mais distância dele, algo vai muito mal conosco e com a nossa pedagogia.

Entretanto, como desenvolver nas nossas escolas uma pedagogia que vá além do certo? Como ensinar os “entranhados afetos de misericórdia” (Fp 2.1) aos quais o Novo Testamento se refere de modo tão enfático? Haverá quem diga que isso é impossível, que extrapola as competências da escola, que é subjetivo demais para a academia. As estatísticas sobre a violência nas escolas (envolvendo tanto alunos quanto professores) parecem reforçar essa noção. Mas tudo o que essas estatísticas, de fato, confirmam, é que não basta ensinar o certo para que as pessoas sejam melhores. Ora, não adianta ensinar o certo se não somos capazes de aprender o que é realmente bom para todos nós.

Conclusão
Desenvolver, ao lado da pedagogia do certo, uma pedagogia do bem, talvez seja o caminho da educação para a tolerância e a espiritualidade (o nobre objetivo que o Cogeime se propõe a perseguir, nesta Assembléia). Porque só é intolerante quem tem certeza de que está fazendo o que é certo, mas nunca é intolerante o que está certo de estar fazendo o bem.
Ou desenvolvemos uma maneira de nos comunicarmos com as “entranhas” dos nossos alunos e alunas, ou acabaremos todos vítimas da intolerância fatal e sumária que haverá de nos tornar a todos cada vez mais sapiens e menos homo.

A análise da “mente de Cristo” nos ajuda a entender como os aspectos lógicos e os analógicos podem corroborar para o triunfo do espírito da vida sobre a lei da intolerância e da morte. Ao final da parábola (analogia), Jesus, apela novamente para a lógica (irredutível e inescapável) que oferece a conclusão do seu arrazoado: “Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu-lhe o intérprete da Lei [e notem que, logicamente falando, a resposta não poderia ser outra]: O que usou de misericórdia para com ele.” (v. 37).

Tal era a pedagogia de Jesus: uma proposta de diálogo entre a razão e o estômago, entre o intelecto e os intestinos, entre o cérebro e o coração. Contudo, Jesus propõe o primado da vida sobre os preceitos ao defender que quando tivermos que optar entre fazer o certo ou fazer o bem, devemos escolher sempre fazer o bem!
Quanto à pedagogia do certo: pratiquemo-la, e aprenderemos muitas coisas.
E quanto à pedagogia do bem, é Jesus quem diz: “faze isto e viverás” (v. 28)!

Abril, 2007.

__________

*Luiz Carlos Ramos é Professor da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista

CNBB - Aquecimento global exige mudanças nos padrões éticos

BRASIL
Bispos alertam sobre aquecimento global e produção do etanol

ITAICI, SÃO PAULO, 10 de maio (ALC) – O aquecimento global exige mudanças nos padrões éticos e um estilo de vida mais sóbrio, destaca a declaração da 45a. Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), encerrada ontem em Itaici, Indaiatuba, São Paulo.

O documento alerta que a busca de energia com base no etanol, uma das bandeiras do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não pode ser construída “em detrimento do equilíbrio ecológico, da reforma agrária e da soberania alimentar, o que contrastaria com a fraternidade e os direitos fundamentais da pessoa humana”.

Os bispos brasileiros defendem uma reforma política que fortaleça a democracia direta e participativa, apontam para a crise “de respaldo ético em sua atuação” do Congresso Nacional e mostram-se preocupados com os “fortes indícios de corrupção em setores da Justiça”.

Em outra declaração, sobre “Fraternidade e Amazônia: Vida e missão neste chão”, que foi o tema da Campanha da Fraternidade de 2007, os bispos brasileiros assinalam que a Amazônia “é hoje cobiçada pelo mundo todo, e isto a torna vulnerável”.

Embora presente nessa “região-continente” desde o século XVII, os prelados admitem que a carência de recursos humanos e financeiros dificulta grandemente a ação evangelizadora da Igreja na Amazônia”.

A declaração reconhece que os quadros que a igreja lá mantém – padres, religiosos/as, agentes de pastoral, catequistas – são insuficientes e que os meios de transporte de comunicação disponíveis são limitados para uma ação eficaz.

“A ação evangelizadora e pastoral de nossa Igreja está sendo desafiada por grandes massas carentes de tudo, afastadas das comunidades eclesiais e paróquias desprovidas de cidadania”, diz a declaração da 45. Assembléia Geral da CNBB, reportando-se à Amazônia.

No entendimento dos bispos, a Amazônia continua “terra de missão”. A igreja local precisa de colaboração sistemática, constante, permanente e da solidariedade da Igreja toda no Brasil e no mundo para poder cumprir sua missão evangelizadora, apontam.

Eles afirmam na declaração que muitas vezes a realidade social e pessoal fragmentada leva pessoas a procurarem novos grupos religiosos. Em entrevista coletiva na segunda-feira, 7, o vice-presidente da CNBB, dom Luiz Soares Vieira, que é arcebispo de Manaus, disse que a falta de padres na Amazônia é gritante.

Com o propósito de proporcionar mais conhecimento sobre a fé que professam, a CNBB lançou, durante a Assembléia, o livro “Sou Católico”. O arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, disse, em entrevista coletiva e falando sobre o livro, que não pode ser católico autêntico quem não ora, não se empenha pela justiça e não defende a vida.

Também na segunda-feira, a Assembléia realizou uma celebração ecumênica, presidida pelo bispo dom Oneres Marchiori, presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral do Ecumenismo e do Diálogo Inter-Religioso.

Participaram da celebração o presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), pastor luterano Carlos Möller, o pastor sinodal do Sínodo Sudeste (com sede em São Paulo) da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Guilherme Lieven, o arcebispo metropolitano da Igreja Ortodoxa Antioquiana, dom Damaskinos Mansur, o moderador da Igreja Presbiteriana Unida, reverendo Manoel Miranda, e a reverenda Marta Marinho, da Igreja Presbiteriana Unida.
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TV UNIMEP

Boletim sobre a Celebração da Família já está no ar na programação de nosso canal 13 desde ontem, e disponível na internet a
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Atenciosamente,

Fabiano Pereira
TV UNIMEP
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Verso e Voz - 10 de maio

Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. - 1 Coríntios 12.12-13

Então, de alguma maneira, temos que aprender a obter nossa satisfação e nossa alegria em fidelidade e em nossa relação íntima com Cristo. Então o assunto de eficiência e sucesso, no senso comum desses termos, não é a questão. Podemos transcendê-la e ficarmos energizados e nutridos pela fidelidade sabendo que estamos fazendo o que temos que fazer para viver - não o que temos que fazer para mudar a vizinhança. A luta constante é o aprofundamento da fé que nos habilita a realmente confiar que de alguma maneira o espetáculo inteiro vai terminar certo de acordo com o tempo de Deus. - Gordon Cosby, Co-fundador e pastor da Igreja do Salvador em Washington, D.C., Spirituality and Community: Reflections on Evil and Grace (Espiritualidade e Comunidade: Reflexões sobre o Mal e a Graça)

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09 maio, 2007

Verso e Voz - 09 de maio

Por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama, como enganadores e sendo verdadeiros; como desconhecidos e, entretanto, bem conhecidos; como se estivéssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos; como castigados, porém não mortos; entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo. - 2 Coríntios 6.8-10

Deus vivo, você quer que tenhamos corações que são completamente simples, até o ponto em que as coisas complicadas na vida não nos levam para estagnação. Pelo Espírito Santo, o espírito do Cristo Ressurreto, tu vens abrir um caminho para nós, um caminho que é possível; nisto entendemos que tu nos amas primeiro, antes que o amássemos. - Irmão Roger de Taize, Life from Within (Vida a Partir do Interior)

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08 maio, 2007

Assembléia Regional Encaminha Propostas ao CLAI

A Assembléia Regional reuniu-se em Londrina de 03 a 05 de maio passado, com a participação das igrejas e Organizações membros do CLAI, e três dos quatro membros brasileiros na Junta Diretiva continental.

A Assembléia também elegeu a nova Diretoria e Conselho Fiscal do CLAI-Brasil, que formam o principal grupo assessor do Secretário Regional no encaminhamento das ações do CLAI em nosso país.

A Assembléia fez profunda avaliação do Plano Trienal recém encerrado com bas no Relatório apresentado pelo Secretário Regional. O Relatório do Secretário e as propostas da Assembléia Regional serão encaminhadas à Junta Diretiva do CLAI e ao Secretariado que se reúnem em Quito de 8 a 13 de maio próximos.

Destaca-se a presença de representantes do CECA - Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria, e da Associação de Batistas do Brasil, organizações que estão iniciando processo de parceria com a Secretaria Regional.

Entre os encaminhamentos feitos à Junta Diretiva, a Assembléia Regional abordou aspectos Programáticos, Administrativos e Institucionais.

Entre os encaminhamentos Programáticos, destacamos: ampliar e fortalecer as iniciativas quanto à questão ética, gênero e juventude; ênfase nas questões ambientais, especialmente o aquecimento global, manejo da terra e uso da água; recuperar e fortalecer as iniciativas que contemplem o diálogo inter-religioso privilegiando questões programáticas; iniciativas que contemplem o diálogo inter-religioso privilegiando a cultura indigena e afro-americana; fortalecimento da formação ecumênica; iniciativas envolvendo os temas decorrentes dos Direitos Humanos.

Entre os encaminhamentos Administrativos, a Assembléia fez algumas propostas que possibilitem agilizar os procedimentos internos do CLAI. Quato aos encaminhamentos institucionais, destacamos: ampliar a incidência pública do CLAI e das Igrejas Evangélicas bem como fortalecer e ampliar as relações com setores da sociedade civil organizada (instituições acadêmicas, organizações não-governamentais, organizações ecumênicas etc).

A nova Diretoria e o Conselho Fiscal ficaram assim constituídos:

Diretoria do CLAI-Brasil

Presidente: Rev. Ivo Lídio Köln - Igreja Evangélica Congregacional do Brasil
Vice-Presidente: Rev. Homero Severo Pinto - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
Secretário: Presb. Nilton Emmerick Oliveira - Igreja Presbiteriana Unida do Brasil
Tesoureira: Revda. Neuxa Aparecida Tetzner - CEBEP

Conselho Fiscal

Rev. Gerson Correia de Lacerda - Igreja Presbiteriana Independente do Brasil
Revda. Magda Cristina Guedes Pereira - Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Sr. Anivaldo Pereira Padilha - KOINONIA

Contamos com as orações de todos e todas para que esta Diretoria e Conselho Fiscal e o Secretário Regional possam cumprir a contento seu trabalho em benefício das Igrejas Evangélicas do Brasil.

Fonte: http://200.189.186.67/claibrasil/site/www/index.php?option=com_content&task=view&id=196&Itemid=1

O Rev. Dr. Robert Stephen Newnum foi o representante da Igreja Metodista na Assembléia e é representante do CLAI-Brasil junto ao Movimento Ecumênico de Maringá.

Judeus e cristãos oram Salmos

BUENOS AIRES, 7 de maio (ALC) – Judeus e cristãos vão se encontrar, amanhã, na Congregação Israelita da República Argentina, desta capital, no evento "Encontros Judeu-Cristãos com os Salmos", que terá continuidade em julho e de agosto.

O convite para o encontro partiu da Comissão de Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso da Arquidiocese de Buenos Aires, da Fundação Judaica e da Confraternidade Judaica-Cristã (CJC). No primeiro encontro, a rabina Karina Finkeilsztein e o sacerdote Omar Di Mario apresentarão reflexões.

"Estamos convictos de que somos maioria e que estamos mais dispostos ao diálogo do que ao ódio, ao compromisso com ‘o outro’ que à indiferença. Trabalhamos juntos para construir uma sociedade onde impere a união entre as pessoas, enriquecida com o espírito distinto de cada uma delas. Uma sociedade mais justa e menos violenta: um mandato que judeus e cristãos recebemos de nosso Deus, ao qual devemos fidelidade”, diz o convite.
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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação
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Intolerância religiosa e estigmatização

Por Antonio Ozaí da Silva

Um dos aspectos que chama a atenção em certas denominações religiosas é intolerância religiosa e a estigmatização do diferente, em especial em relação aos cultos e religiões afro-descendentes e aos homossexuais. Se a religião estimula o pensamento maniqueísta e divide o mundo entre o bem e mal, os puros e impuros, os eleitos e os não-eleitos, algumas igrejas se sobressaem pela intensidade com que combatem os que não se enquadram em suas concepções moralistas sobre o bem e o mal.

Trata-se apenas da necessidade de afirmação da identidade? Se a afirmação do eu necessita do confronto com o outro, então esta seria uma resposta possível. Seria esta nova cruzada resultante da disputa no mercado religioso? Se considerarmos que a pluralidade de igrejas e denominações religiosas intensifica a oferta de bens religiosos e, conseqüentemente, a competição pela adesão de “consumidores”, ou seja, de fiéis, teremos outra resposta possível à prática intolerante. E se o sucesso desta residir no substrato cultural inerente à nossa história e formação social? Seria esta prática religiosa um reavivamento do racismo enrustido no mito da democracia racial que permeia a nossa sociedade? O racismo amparado em argumentos religiosos, e, portanto, aparentemente não racista é muito, muito pior!

“Não agredimos estes indivíduos, Tiramos o espírito demoníaco deles. Não somos nós que não aceitamos os umbandistas ou candombleístas, mas a Bíblia”, afirmou um certo pastor (in MARRANO, 1999:111). Eis a legitimação da “guerra santa” movida por estes senhores contra as religiões vinculadas às tradições afro-descendentes. De fato, não há novidade alguma na eleição das divindades dos outros como seus adversários. O próprio cristianismo precisou guerrear e demolir os outros deuses para se impor. E não é esta a essência do monoteísmo? Mesmo entre os cristãos, imperou a guerra religiosa opondo católicos e protestantes. A história do Deus e das religiões monoteístas é também uma história de intolerância.

O que se ressalta entre os novos cruzados é o uso literal do texto sagrado. Também aqui não há novidade. A guerra entre as diversas denominações cristãs, por exemplo, também foi uma guerra de palavras, uma guerra de interpretações da palavra, uma luta ferrenha pela afirmação da reta doutrina. O fundamentalismo do nosso tempo revigora e ressuscita a “guerra santa”.

Esta guerra reflete a concepção dual dos que opõem o mundo material ao mundo espiritual. Expressa a luta entre Deus e os demônios e potencializa a idéia de que a guerra no mundo espiritual se reproduz no mundo material. Portanto, também aqui, na terra, é preciso identificar o mal, ainda que o diabo use mil disfarces, combatê-lo e destruí-lo. É preciso agir como o soldado do exército que tem como missão salvar o mundo e os indivíduos, mesmo que eles não queiram ser salvos.

A intensificação da “guerra santa” repousa na crescente demonização dos inimigos eleitos. Estrategicamente, a radicalização de pregação salvacionista é o caminho necessário para se distinguir não apenas dos “demonizados”, mas também dos seus concorrentes no mercado dos bens simbólicos religiosos. Esta estratégia de guerra alimenta a intolerância e a estigmatização do outro. Trata-se, a nosso ver, de um tipo de racismo disfarçado pela linguagem religiosa.

Referências bibliográficas
MARRANO, R. Neopentecostes: corolário do novo protestantismo no Brasil. São Paulo: Loyola, 1999.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Editora Perspectiva, 1974.
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*Antonio Ozaí da Silva é Docente na Universidade Estadual de Maringá, Mestre em Ciência Política (PUC/SP) e Doutor em Educação (USP).
Outros artigos de Ozaí - http://antoniozai.blog.uol.com.br/
Para comentar acesse http://br.groups.yahoo.com/group/LittleThinks/

Verso e Voz - 08 de maio

Então Moisés fez uma cobra de bronze e pregou num poste. Quando alguém era mordido por uma cobra, olhava para a cobra de bronze e ficava curado. - Números 21.9 (BLH)

Qual é o sentido simbólico desta passagem? Nesta história, o mal da mordida da cobra veio como resultado da desconfiança e rebeldia. Em contrapartida, a cura era o resultado de olhar com fé para a imagem de uma cobra. O que representa a imagem e o olhar? Será que a imagem da cobra representa quem realmente somos e que o olhar representa o reconhecimento da nossa “verdade”? Será que a cura vem por meio de um exame do nosso ser e da aceitação da nossa realidade? Em termos de hoje, esta cura tem muito a ver com a psicologia. Muitos dos nossos males vêm das nossas atitudes, e daí a nossa cura depende muito do nosso estado de espírito. O estado negativo do povo israelita produziu muito transtorno na vida da sua comunidade. O olhar com confiança para a imagem da cobra, restaurou o equilíbrio. Naquela época, a interpretação da praga da mordida das cobras foi como castigo de Deus e a cura, como um milagre da misericórdia divina. Hoje, a praga seria vista como um resultado natural de uma maneira negativa de agir e a cura, como resultado de coragem de ir até às raízes da causa. - Darrel H. Santee

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07 maio, 2007

Verso e Voz - 07 de maio

Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos. Porque aprouve à Macedônia e à Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, e mesmo lhes são devedores; porque, se os gentios têm sido participantes dos valores espirituais dos judeus, devem também servi-los com bens materiais. - Romanos 15.25-27

O verdadeiro silêncio que é silêncio criativo é a atividade mais exigente que Deus pede de qualquer um de nós. É aqui que aquele coração e mente e vontade, memória, e imaginação é recolhida e colecionada em Deus. - Robert Llewelyn, Love Bade Me Welcome (O Amor me Pediu Acolhimento)

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06 maio, 2007

CLAI coloca meio ambiente nas agendas das igrejas

ARGENTINA
O conflito pelas "papeleiras" na agenda das igrejas

BUENOS AIRES, 3 de maio (ALC) - Bispos, presidentes e moderadores das igrejas afiliadas ao Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI) no Uruguai e na Argentina foram convocados pela regional Rio da Prata do organismo ecumênico continental para uma reunião, que tem como finalidade dialogar e refletir sobre a problemática que a instalação das fábricas processadoras de celulose em território uruguaio gerou entre os dois países.

Na sexta-feira, 4, os líderes de igrejas tentarão encontrar caminhos que permitam a atenção pastoral nos dois países e que promovam o diálogo e não o conflito.

Comunidades de fé do Rio da Prata estão comprometidas na busca de reflexões sérias e concretas frente a uma temática que desperta angústia e ansiedade, mas também expectativas e esperanças. O Sínodo 2007 da Igreja Evangélica do Rio da Prata comprometeu-se "a orar e fazer todo o possível, através de palestras, debates, intercâmbio de informações e idéias em nossas comunidades e nas sociedades das quais fazemos parte por uma defesa integral da criação."
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Verso e Voz - 06 de maio

Ai dos que decretam leis injustas, dos que escrevem leis de opressão, para negarem justiça aos pobres, para arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo, a fim de despojarem as viúvas e roubarem os órfãos! Mas que fareis vós outros no dia do castigo, na calamidade que vem de longe? A quem recorrereis para obter socorro e onde deixareis a vossa glória? Nada mais vos resta a fazer, senão dobrar-vos entre os prisioneiros e cair entre os mortos. Com tudo isto, não se aparta a sua ira, e a mão dele continua ainda estendida. - Isaías 10.1-4

Se não puder escutar tudo da vida, então qualquer parte que ouço só será parcial ou torcida. Se só estiver escutando na capela, se só estiver escutando meus semelhantes, se só estiver escutando minha profissão, se só estiver escutando minha rotina, então excluí o pobre, as crianças, o necessitado ou necessitada, o sagrado onde está me chamando para estar presente. - Joan Chittister, Alive Now! (Vivo Agora!) julho/agosto de 1994

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