05 maio, 2007

Verso e Voz - 05 de maio

Portanto, obedeçam fielmente a todas essas leis, e assim os outros povos verão que vocês são sábios e inteligentes. Quando ouviram falar dessas leis, eles dirão: “Como é sábio e inteligente o povo dessa grande nação!” - Deuteronômio 4.6 (BLH)

As leis são espelhos do nosso entendimento da realidade. A obediência às leis implica na integração à esta realidade. Esta integração só pode trazer benefício e prosperidade. A lei de Moisés representava o entendimento da liderança religiosa e política na realidade do povo de Israel durante a época da ocupação da Palestina. A obediência a essas leis ia trazer prosperidade e poder ao dar um senso de unidade e identidade. O nosso entendimento da realidade não é o mesmo daquela época, nossa cultura e as circunstâncias ambientais são bem diferentes. Estamos numa cultura em decadência que se perdeu com o resultado de um caos de valores e de identidade. Estamos em vias de extinção, se não descobrirmos as leis adequadas para a nossa realidade e as obedecermos. Se assim não agirmos, as futuras gerações, se existirem, vão nos chamar de ignorantes e tolos. - Darrel H. Santee

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04 maio, 2007

Verso e Voz - 04 de maio

Então, Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos. Tornou Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna. Porém muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros. - Marcos 10.28-31

Não é o que nos acontece em qualquer dia que dá conteúdo a nossas vidas, mas, quer queira, quer não, deixamos a experiência submergir em nós. ... É um dos poderes mais elevados dado a qualquer um. Na reflexão eu entro em sentimentos que eu tinha medo demasiado de experimentar no momento. No silêncio da reflexão eu tomo o risco e o tempo para deixar que pensamentos censurados, como também sentimentos, entrem na consciência, para descobrir o que está causando a intranqüilidade em mim. - Elizabeth O'Connor, Cry Pain, Cry Hope (Grite Dor, Grite Esperança)

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03 maio, 2007

Preparativos da Semana de Oração entram na reta final

BRASÍLIA, 2 de maio (ALC) - Como o faz desde a sua fundação, há 25 anos, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) prepara a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, programada, este ano, para os dias 20 a 27 de maio, e que tem por lema "Faz os surdos ouvirem e os mudos falarem".

A Semana é um convite ao diálogo, à confraternização e à ação nas diferentes comunidades cristãs, expressando a aproximação entre as igrejas e a solidariedade com os problemas que afligem o povo brasileiro.

“É emocionante participar de uma Semana de Oração que aproxima tradições diferentes”, diz o presidente do CONIC, o pastor luterano Carlos Möller, que convida todas as pessoas de boa vontade à participação. “Vamos orar juntos e agir juntos”, enfatiza.

Relacionado à Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, mas antecipando-se a ela, pela primeira vez foi oficiado culto ecumênico, no dia 13 de abril, no Centro Integrado de Guerra Eletrônica (CIGE), em Brasília, onde atuam 700 militares. O culto teve a participação de oficiais, praças e soldados.

Na celebração, oficiada por quatro pastores, o secretário-geral adjunto do CONIC, padre católico Gabriele Cipriani, disse que o soldado deve ser visto não só como membro do Exército, mas, com um olhar de fé, reconhecer nele, seja qual for o credo que professa, um irmão na fé no Senhor.

Cipriani incentivou o desenvolvimento do espírito ecumênico nas fileiras do Exército e destacou que o soldado deve se preparar para a paz.

Desde 1966, a Comissão Fé e Constituição do CMI e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos da Igreja Católica Romana unem-se na promoção do programa da Semana no mundo inteiro.

A cada ano, grupos ecumênicos de diferentes países são nomeados pelas duas instituições para elaborar as sugestões litúrgicas e de reflexão. Os textos são difundidos pelo mundo e em cada país ganham uma adaptação ao respectivo contexto sócio-cultural, fruto da colaboração ecumênica. Este ano, a escolha e a preparação do tema estiveram a cargo de representantes de igrejas da África.
Intregram o CONIC as igrejas Católica Apostólica Romana (Icar), Católica Ortodoxa Siriana do Brasil (Icos), Cristã Reformada (ICR), Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), e a Presbiteriana Unida (Ipu).

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Verso e Voz - 03 de maio

Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. - Apocalipse 3.15-17

Água ... tem uma gama enorme de significados para nós como seres humanos. Nossos corpos são principalmente água, e nossa sede nos lembra para reabastecer aquela água. Nascemos das águas do útero, e tem algo numa piscina que nos convida a mergulhar nela e se cobrir. Mas se ficarmos abaixo por muito tempo, significa a morte. Voltando para a superfície e respirando novamente é quase como ser renascido. ... A água nos lava e nos faz sentir fresco e novo novamente. O batismo leva - e soma - todos estes significados. - Hoyt L. Hickman, Workbook on Communion and Baptism (Workbook sobre Comunhão e Batismo)

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02 maio, 2007

Kobia pede evangelização ecumenicamente responsável

ESCÓCIA - EDIMBURGO, 2 de maio – O secretário geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), pastor Samuel Kobia, fez um balanço dos ganhos e fracassos do século passado e pediu uma “evangelização ecumenicanicamente responsável” na reunião que prepara o centenário da Conferência Missionária Mundial de Edimburgo. A Conferência, reunida em 1910, é considerada como o ponto de partida simbólico do movimento ecumênico moderno.

“Precisamos um novo Edimburgo e só podemos esperar que a celebração que prevemos para 2010 seja um passo nessa direção”, disse Kobia ao falar na sexta-feira, 27, no encontro preparatório. Essa “reedição” depende da participação que se dará aos mais recentes e dinâmicos movimentos missionários atuais, que "se dão nas tradições cristãs não representadas em nenhum dos foros formais que existem como conseqüência das estruturas do século passado".

Só depois de tomar devidamente em conta o novo rosto do cristianismo, resultado da "revolução espiritual que deu lugar aos movimentos pentecostais e carismáticos e suas igrejas", pode-se prever um "diálogo teológico frutífero sobre as prioridades e a disciplina na missão".

Nesse sentido, é especialmente urgente que a missão seja entendida e praticada de uma maneira que não se traduza no aumento do ódio e da violência, preconizou. As novas formas de "evangelização não agressiva" devem conservar "o depoimento audaz de Cristo e do reino de Deus em tensão criativa com o respeito aos homens, as mulheres e as crianças de qualquer convicção".

Para Kobia, a "evangelização ecumenicamente responsável" significa "uma proclamação que, ainda que crítica do orgulho e pecado humanos, deixa claro que Deus quer paz e não guerra, vida e não morte, unidade e não desacordo, perdão e não vingança".

Refletindo sobre o lema de Edimburgo "a evangelização do mundo nesta geração", o secretário geral do CMI admitiu que, cem anos depois, o número de cristãos e cristãs no mundo é proporcionalmente o mesmo: mais ou menos um terço da população mundial.

Kobia propôs centrar-se na "missão desta geração num mundo globalizado", que deveria incluir "a cura das divisões cristãs, criar comunidades de cura e reconciliação, questionar toda justificativa da violência, lutar pela paz como presente de Deus e compartilhar o evangelho tal como fez Cristo".

Entre as feridas da memória que precisam se curadas está o distanciamento entre cristãos da família missionária evangelical e cristãos da família missionária conciliar ou ecumênica. "Deveríamos encontrar a forma de confessar os exageros e a falta de respeito mútuo" para favorecer um autêntico processo de reconciliação, se é que se tem de conseguir algum avanço na cooperação em torno de - e além de - 2010, disse Kobia.

O secretário geral do CMI visita o Reino Unido e a Irlanda, viagem que empreende de 24 de abril até 4 de maio.

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Verso e Voz - 02 de maio

Acaso, não entendem todos os obreiros da iniqüidade, que devoram o meu povo, como quem come pão, que não invocam o SENHOR? Tomar-se-ão de grande pavor, porque Deus está com a linhagem do justo. Meteis a ridículo o conselho dos humildes, mas o SENHOR é o seu refúgio. - Salmos 14.4-6

Aquietai-vos e sabe. A civilização é coberta de problemas não solucionados, impasses confusos. As melhores mentes do mundo estão no fim das suas cordas. São amedrontados os observadores mais sábios de nossa condição. A contribuição mais pertinente que os cristãos e cristãs fazem nestes momentos é o ato de oração - determinados, repetidos, reuniões vagarosas com o Deus pessoal e vivo. A vida nova é concebida nestas reuniões. - Eugene H. Peterson, Earth to Altar (Da Terra para o Altar)

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01 maio, 2007

Verso e Voz - 1º de maio

Eu dei a vocês uma terra em que vocês nunca haviam trabalhado e cidades que não haviam construído. E vocês estão vivendo nessas cidades e comendo uvas e azeitonas de parreiras e oliveiras que não plantaram. - Josué 24.13 (BLH)

Quase tudo que temos em nossa vida é nos dado, e recebemos pelos esforços dos outros; coisas boas e coisas ruins a nosso ver. Deveriam ser motivos de gratidão e não de orgulho, pois não recebemos pelos nossos méritos, mas vem de graça e pela graça. Um bom exercício seria imaginarmos: - como seria a vida se não tivesse mais ninguém na terra a não ser você? Toda estrutura de sua vida mudaria radicalmente, se tornando cada vez mais primitiva. Todos os confortos e todas as conveniências que temos na vida dependem de outras pessoas. Não somos independentes. Somos dependentes muito mais do que imaginamos… Nossa atitude deveria ser de reconhecimento da nossa interdependência e integração. A gratidão nos leva a contribuirmos com a nossa parte para o bem estar de todos e de tudo. - Darrel H. Santee

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30 abril, 2007

Igreja Metodista deixa o CEADe

Em assembléia ocorrida no dia 26 de abril, o Bispo Adriel Maia pediu o desligamento da Igreja Metodista do CEADe - Centro Ecumênico de Apoio ao Desenvolvimento. O Bispo Adriel era presidente desta instituição há seis anos. O CEADe, com sede em Salvador, tem o objetivo de apoiar, por meio de empréstimos, as pessoas carentes que tenham dificuldades de acesso ao sistema de créditos privado ou estatal. Muitas dessas pessoas atendidas são pessoas marginalizadas pelo sistema oficial; dentre os atendidos pelo CEADe estão muitas mulheres, pessoas negras e analfabetas. Permanece na instituição o irmão Cléber Paradela, como representante da Fundação 2 de Julho.

Informou: Cléber de Oliveira Paradela, Salvador - Bahia

fonte: Expositor Cristão

Levando a vida na Flauta

Por Micael Vier B.

SÃO LEOPOLDO, 27 de abril (ALC) – A capacidade de elementos musicais como ritmo, som, melodia e harmonia alterar comportamentos e aliviar quadros de sofrimento vem sendo utilizada pela clínica-escola implantada no curso de Musicoterapia, do Instituo Superior de Música (ISM) desta cidade, que funciona junto à Escola Superior de Teologia (EST).

Inaugurada há pouco mais de um mês, a clínica-escola do ISM oferece 24 horas semanais de atendimento à comunidade. Todos os horários estão preenchidos e há mais de 20 pessoas na lista de espera. A finalidade primeira da iniciativa contempla a formação prática dos alunos de musicoterapia, que, em sessões de 45 minutos, podem realizar consultas individuais ou em pequenos grupos.

A clínica foi projetada com duas salas para terapia, devidamente equipadas, climatizadas e tratadas com isolamento acústico.

Antes de receber atendimento na clínica-escola o paciente é submetido a uma triagem. Esse método permite um levantamento de dados gerais, a identificação das necessidades clínicas do candidato e uma análise prévia das suas respostas musicais. O valor da sessão é determinado de acordo com a renda familiar.

Recomendada para crianças e adultos, a musicoterapia trabalha simultaneamente o bem-estar físico, emocional e mental dos pacientes através da linguagem musical. “O ritmo, por exemplo, é organizador e permite mudanças de comportamento”, explicou a coordenadora do bacharelado em Musicoterapia, professora Anelise Junqueira Bohnen.

Em entrevista à ALC, Bohnen enfatizou o pioneirismo da ISM ao implantar a primeira clínica-escola de musicoterapia do Rio Grande do Sul e o desafio dos alunos da primeira turma do curso, que se formam na metade do ano, em construir um novo mercado de trabalho no Estado. “Ainda existe desconhecimento do que é a musicoterapia e suas finalidades, mas pretendemos mudar essa realidade”, enfatizou.

Reconhecido pelo MEC este ano, o Bacharelado em Musicoterapia totaliza 3.360 horas/aula e pode ser realizado de 9 a 14 semestres. Além do ISM, existem apenas outros cinco cursos de musicoterapia no Brasil.

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Poder renunciar o "Poder"

Por Nilson da Silva Júnior*

Ficou na minha lembrança uma entrevista muito interessante do Dr. Elsimar Coutinho – Especialista na área hormonal - apresentada na TV Cultura no início deste ano.

Apesar de se tratar de um médico, este registro de memória se deu por um motivo alheio à medicina… num momento qualquer, provocado pela questão de temas que envolvia a Igreja Romana, especialmente no que diz respeito à anticoncepção, ele esboçou seu pensamento com respeito à religião… disse: “O Deus da religião tem dono”!

A afirmação daquele cientista nos leva a pensar… é claro que precisamos perceber bem a fundo a sua afirmação… Deus não tem dono, Ele é inacessível e transcendente a todo poder e domínio humano… porém, mais do que questionar sua onipotência, a meu ver, o Dr. Coutinho nos desafia a refletir sobre a religião que prega o Deus que tem dono.

Talvez em cima disso poderíamos dizer que Deus não tem dono, mas isto não é porque não exista quem queira ser dono/a d’Ele… de fato, por esse aspecto, não é difícil concordar com o médico!

Aliás, a questão do mando, do comando e do poder é um tema questionante de tudo que somos… enquanto seres humanos, seres relacionais e, especialmente, como religiosos/as!
Nosso anseio mais íntimo, mesmo que o neguemos e o tentemos esconder, é mandar, dominar, decidir! Isto está em nós! Faz parte do instinto animal que se esconde em cada um/a… existe por trás de cada olhar, de cada argumentação e pensamento, um sentimento dominador que nos faz agir.

O interessante disso tudo é pensar que o grande poder que deve ser pregado e vivido pela religião, é o poder de renunciar qualquer poder! Ela nos remete sempre, e cada vez mais, quando nos deixamos envolver, ao desafio da tolerância, da conciliação, do respeito e da igualdade… características básicas de quem aprendeu que o caminho do domínio não é seu/sua, mas de Quem, realmente pode todas as coisas!

“Ser dono/a” é um sentimento que está distante de quem pretende viver verdadeiramente a religião de Cristo, ou, pelo menos deveria estar… aliás, quem opta por Ele, antes de qualquer coisa, tem que entender de maneira profunda que acima de tudo e de todos existe um Dono, que decide, de quem nada foge.

Por isso, a partir do que falou o Dr. Coutinho, o propósito principal da religião, do que se defina como tal, é não ser dono de nada, nem de si mesmo, mas ter a liberalidade de entregar-se totalmente a Deus e aos/as outros/as.

Deus é Deus, bem por isso não pode ser dominado, nem mandado, tampouco explicado ou dirigido. São nossas próprias ambições que nos fazem pensar que entendemos Deus e temos como definí-lo na miséria da nossa interpretação!

Chego a conclusão que também são nossas aspirações e cobiças que levam muitas pessoas a pensar como o médico famoso! Ao perceberem que ousamos restringir Deus somente ao nosso reduto… tentando reprimí-lo, proibí-lo de ser grande e inexplicável como realmente é! Que ironia!

De muitas maneiras a observação daquele homem me entristece… ela mostra nossa incompetência em testemunhar, nossa arrogância ao pregar, nossa inadvertência ao afirmar coisas importantes em nome de Deus! Existem muitas palavras confusas na nova religião que camuflam as aspirações mais importantes da fé… quantas vezes nos surpreendemos questionando o poder de Deus e tentando fazer prevalecer o nosso próprio!

Que nossa vida cristã possa, antes de mais nada, ser um sinal visível do poder… que se aperfeiçoa na fraqueza, se demonstra na fragilidade e se renova na misericórdia Daquele que é todo o poder, dono de tudo e de todos/as!

Na graça e na paz,
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Rev. Nilson da Silva Júnior é pastor Metodista

http://revnilsonjr.wordpress.com/

Verso e Voz - 30 de abril

De um montão de ruínas não estenderá o homem a mão e na sua desventura não levantará um grito por socorro? Acaso, não chorei sobre aquele que atravessava dias difíceis ou não se angustiou a minha alma pelo necessitado? Aguardava eu o bem, e eis que me veio o mal; esperava a luz, veio-me a escuridão. - Jó 30.24-26

Martin Luther King Jr. é celebrado como o Sonhador. Ele era mais que um sonhador, porém; era um visionário que foi o tambor-mor de um desfile de liberação que desafiou e mudou o status quo. Ele não foi assassinado por sonhar. Ele foi assassinado porque sua visão profética falou a verdade a um status quo poderoso. Uma visão do tamanho de Deus sempre desafiará os guardiões territoriais do que já foi. Mudança é dolorosa e deve ser cuidada e negociada, ou a visão ou a posse pastoral serão assassinados! - Frederick D. Haynes III, From Vision to Action: Principles of Organizing a Theologically Grounded and Vision-Driven Church to Effectively Implement Ministries at the Local, National and Global Levels (De Visão para Ação: Princípios para Organizar uma Igreja Fundamentada Teologicamente e Dirigida através de Visão para Implementar Ministérios Efetivos para o Habitante nos Níveis Locais, Nacionais e Globais)

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29 abril, 2007

Mania de perseguição

Por Ricardo Gondim*

Os evangélicos convivem com muita paranóia. Aliás, a mentalidade evangélica é belicosa; e uma espécie de síndrome persecutória acompanha o movimento faz tempo. Outrora, acreditava-se que os comunistas haviam se organizado para destruir a fé e que era necessário treinar os pastores para lutar contra os “vermelhos”. O comunismo mirrou e não foram os crentes que acabaram com ele. Depois, os homossexuais foram eleitos como inimigos. Eles, ao lado dos defensores do aborto, provocariam a queda da cristandade e fechariam igrejas.

Agora são os muçulmanos que estão na alça de mira dos evangélicos. Propaga-se que eles representam uma verdadeira ameaça à civilização e aos ensinos de Cristo. Se estes inimigos se tornaram alvos de uma guerra santa global, no Brasil os oponentes da igreja são outros.

Espanto-me com alguns evangelistas que afirmam e bradam de pés juntos que existe uma conspiração da mídia para perseguir as igrejas. E que os pastores são alvos de tramas engendradas no inferno, mas deflagradas pelos grandes jornais e, principalmente, pela Rede Globo.

Alguns gostam de falar das conspirações do Vaticano para bloquear o crescimento evangélico, como se a Igreja Católica fosse uma agência do diabo e que seus cardeais e o Papa varassem noites analisando como semear escândalos que maculem a boa reputação dos protestantes, assim, neutralizando o seu avanço.

Espalham-se teorias conspiratórias estapafúrdias com notícias de que satanistas decretaram jejum com o intuito de “derrubarem” os pastores. Já participei de cultos em que as janelas foram untadas de óleo para evitar a entrada de demônios; já soube de pastores que, em caravana, arrancaram quadros, decorações e enfeites de alguns lares, sob o pretexto de que aqueles objetos estavam possessos de demônios. Em um congresso de atletas cristãos tive de aconselhar um jogador de futebol que, em pânico, tinha medo de acabar com sua carreira por ter participado de um jogo com chuteiras que teriam sido amaldiçoadas.

De onde vem tanta mania de perseguição? Por que o culto evangélico precisa de uma enorme dose de medo para ser intenso?

Concordo que os quatro Evangelhos mencionam perigos na trajetória da igreja. Reconheço que os que “desejam viver corretamente, sofrerão perseguição”. Mas espera lá, o que vem acontecendo no Brasil não é bem do jeito que a Bíblia relata.
A perseguição da mídia ocorre devido à repercussão de alguns escândalos promovidos pelos evangélicos. Desde 1989, quando houve uma primeira bancada evangélica com número significativo de deputados federais para desequilibrar as votações do Congresso, começaram as levas de escândalos que parecem não parar mais, chegando às “sanguessugas”, que desviaram verbas do Ministério da Saúde. Se a mídia mostra menos pecados católicos, não isenta os evangélicos da obrigatoriedade de reconhecerem que precisam ser sal da terra e luz do mundo.
Existe muita vaidade em se achar perseguido. Percebo alguns evangelistas tomados de um enorme messianismo, achando-se tão importantes, que acreditam mesmo que o mundo inteiro maquina uma maneira de destruí-los; são tão auto referenciados que projetam sobre si mesmos o ódio que o diabo revelou contra o apóstolo Pedro.

Acontece que a igreja evangélica vem tropeçando em várias questões éticas; repetindo entre o clero os mesmos erros dos líderes políticos; amando o dinheiro, igualzinho ao mundo. A pergunta inconveniente, mas necessária é: para que o mundo precisaria persegui-la? Os evangélicos são inimigos de si mesmos. Réus e vítimas de suas próprias doenças, não provocam a indignação de ninguém, pelo contrário, são, muitas vezes, dignos de pena.

Para que o mundo odiasse a igreja, ela precisaria de uma moral que não só condenasse o vício do cigarro ou da maconha, mas procedimentos íntegros em outras áreas menos abordadas; de uma teologia que não prometesse apenas o céu, e sim engajamento transformador da miséria, dos preconceitos e das injustiças; de uma espiritualidade que não tentasse usar Deus, mas promovesse intimidade com o Pai.

Antes de ter medo do mundo e do diabo, que mais crentes tenham medo de si mesmos.
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* Ricardo Gondim é pastor da Assembléia de Deus Betesda no Brasil e mora em São Paulo. É autor de, entre outros, Orgulho de Ser Evangélico.
Para ler outros artigos ou comentar acesse:
http://br.groups.yahoo.com/group/LittleThinks/

Verso e Voz - 29 de abril

Não há árvore boa que dê mau fruto; nem tampouco árvore má que dê bom fruto. Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto. Porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam uvas. O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração. - Lucas 6.43-45

Faz parte do gênio da Bíblia que preservou um registro tanto do bem quanto do ruim. - Naim Ateek, Justice, and Only Justice: A Palestinian Theology of Liberation (Justiça, e Somente Justiça: Uma Teologia Palestina de Liberação)

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