24 março, 2007

Causas ecumênicas

Impacto da violência sobre as mulheres em debate na PUC-SP No primeiro dos eventos realizados pela revista Fórum na PUC-SP, o Instituto Patrícia Galvão e a Associação Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo discutem as conseqüências da violência urbana sobre as mulheres. O evento ocorre dia 26, segunda-feira, às 9h, em São Paulo-SP, e terá a presença de Clara Charf, entre outras personalidades. A entrada é gratuita. convite para o debate leia mais

Para Clara Charf, exposição dá visibilidade à luta pela paz

por Brunna Rosa

Em entrevista a Fórum, Clara Charf, coordenadora da Associação 1000 mulheres pela paz no Brasil, conta como foram as indicações das mulheres, que em 2005 concorreram, coletivamente ao prêmio Nobel da Paz. As histórias dessas mulheres estão na exposição 1000 Mulheres pela paz. Leia mais - http://revistaforum.uol.com.br/vs3/

Verso e Voz - 24 de março

Tendo partido dali, encontrou a Jonadabe, filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro; Jeú saudou-o e lhe perguntou: Tens tu sincero o coração para comigo, como o meu o é para contigo? Respondeu Jonadabe: Tenho. Então, se tens, dá-me a mão. Jonadabe deu-lhe a mão; e Jeú fê-lo subir consigo ao carro. - 2 Reis 10:15

Não é possível o apertar de mãos com o punho cerrado (fechado). - Mahatma Ghandi

23 março, 2007

Verso e Voz - 23 de março

Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta. - Mateus 5.23-24

“Ajude me, ó Senhor, a usar verdadeiramente todos os desapontamentos e as calamidades nesta vida, de tal maneira que unem meu coração mais próximo a ti. Faça com que separem minhas afeições das coisas mundanas e inspirem minha alma com mais vigor na perseguição da felicidade verdadeira”. - Susanna Wesley, “Alive Now!” março/abril de 1992

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22 março, 2007

Teólogo enfoca papel da religião na consolidação da paz

Por William Delgado Gil

COLÔMBIA, BOGOTÁ, 22 de março (GospelNoticias/ALC) – O coordenador do Centro de Estudos Teológicos e das Religiões da Universidade do Rosário, Fabián Salazar, refletiu, em artigo publicado na revista Vida de Hoje, sobre “o papel das religiões no tema de paz”, indicando que cada dia se apresenta com mais urgência o diálogo inter-religioso como aporte à construção da paz.

Salazar considerou as reflexões gerais de uma definição integral de paz a partir da justiça, emolduradas dentro das visitas do teólogo Hans Küng, na Semana da Ética e Paz Mundial a partir das Religiões do Mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo, e a próxima visita do diretor do Escritório Regional Latino-Americana e Caribenha da Conferência Mundial de Religiões pela Paz. Elías Szczytnicki.

O teólogo afirmou que a sociedade colombiana se define religiosa. “Essa dinâmica interna das pessoas e da nação pode ser um impulso para promover processos de reconstrução de um país que se vê esgotado por uma guerra fratricida e uma abundância de injustiça e delinqüência que satura suas entranhas”, afirmou.

Salazar enfatizou que num sentido veraz, “no nome de Deus misturado com política cometeram-se crimes e abusos através da história”. Mas em nome de Deus também foram realizadas ações solidárias em espaços educativos, de assistência social, saúde e proteção aos direitos humanos, admitiu.

A Constituição de 1991 demonstrou que o país, com sua diversidade religiosa, enriquece a própria pluralidade cultural e ética, ainda que o cristianismo se apresente historicamente como uma maioria que moldou o rosto do país. “É inegável a contribuição do judaísmo e do islã para a construção da realidade política, econômica, social e religiosa do rosto colombiano”, bem como a contribuição de populações indígenas que, “com sua sabedoria, nos ensinam a resolver os conflitos e a lutar por sua identidade”, argumentou o clérigo.

O religioso também reconheceu o aporte de vivências e espiritualidades das comunidades afrodescendentes, que resgatam raízes ancestrais, e de correntes espirituais orientais que “com sua proposta de paz e harmonia se perfilam como um componente a mais na construção de um país que se reconhece diverso e capaz de viver uma sã convivência”.

“A paz é um caminho que implica esforço, tempo e a participação dos diversos setores sociais, é obra da edificação na justiça que vai além do pactuado nos convênios”, pois é um “afazer permanente, porque a paz não se encontra, mas se constrói. É fruto do amor, nascida e consolidada na justiça e fortalecida e renovada na solidariedade”, frisou.

A paz de Jesus, que vem de Deus, está fundamentada nesse dom de transformar o homem e a sociedade a partir do próprio coração do homem. “Essa paz, fruto do amor entre Deus e os homens e a obra da justiça, é o bem messiânico por excelência, a primazia da salvação definitiva que todos almejamos”, concluiu Salazar, citando João Paulo II. “A paz não se limita a um bem-estar sociológico ou psicológico, pois é transcendente”, finalizou.

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação

Papa nomeia dom Odilo arcebispo de São Paulo

SÃO PAULO, 22 de março (ALC) – O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo auxiliar da capital paulista, dom Odilo Pedro Scherer, foi nomeado arcebispo de São Paulo pelo papa Bento XVI. Ele assume a arquidiocese no dia 29 de abril e deixará a secretaria da Conferência em maio.

“Rezem por mim”, pediu o arcebispo eleito em carta pastoral dirigida ao povo de São Paulo. Ele lembrou, na carta, a fundação da capital paulista por “homens de valor”, como o beato José de Anchieta, construída por gente idealista e trabalhadora, com a contribuição de numerosas etnias e culturas, e que hoje é uma metrópole palpitante, cheia de vida, com grandes pontecialidades, mas também com fragilidades e carências.

Dom Odilo conhece a realidade de São Paulo, pois é arcebispo auxiliar da capital paulista há cinco anos. Sua grande preocupação relaciona-se a bem realizar a missão nessa metrópole de 7 milhões de pessoas, 5 milhões das quais católicas, atendidas por 941 sacerdotes, 2.825 religiosos e 30 diáconos.

“São Paulo tem características muito próprias, situações nas quais a igreja nem sempre está muito presente, não consegue ainda se colocar adequadamente no contexto da complexidade da metrópole urbana”, disse o eleito, ontem, em entrevista coletiva na sede da CNBB, em Brasília.

O futuro arcebispo de São Paulo assinalou que governo e sociedade são os primeiros a se preocupar com as questões sociais, e que a igreja será sempre uma parceira nas ações de melhoria social, colaborando com a sua própria competência. “A igreja não tem a competência administrativa, nem o poder decisório, nem o poder de verba, mas estará fazendo a sua parte para que os problemas possam ser aliviados e a população possa ter vida, possa ter mais alegria e felicidade”, afirmou.

Dom Odilo nasceu no dia 21 de setembro de 1949 em Cerro Largo, no Rio Grande do Sul. Aos três anos de idade, mudou-se com os pais, Edwino e Francisca Wilma, mais dez irmãos para a colônia de Dois Irmãos, no município de Toledo, Paraná. Doutor pela Universidade Gregoriana, dom Odilo foi reitor de seminário no Paraná e trabalhou na Congregação para os Bispos, em Roma, antes de ser nomeado bispo, em novembro de 2001.

Ele substitui na arquidiocese outro bispo gaúcho, dom Cláudio Hummes, que foi nomeado pelo papa Bento XVI, em outubro de 2006, prefeito da Congregação do Clero. Para o núncio apostólico, dom Lorenzo Baldisseri, a nomeação de dom Odilo é muito significativa, “não só para que o papa seja recebido por um arcebispo, mas para dizer ao povo brasileiro que um membro desta igreja tem essa capacidade. Isso é uma honra para toda a igreja brasileira”, disse.

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação

Câmara de Vereadores homenageia ex-reitor do IPA

PORTO ALEGRE, 21 de março (ALC) – Por proposição da vereadora Sofia Cavedon, do Partido dos Trabalhadores, a Câmara Municipal de Porto Alegre concedeu, ontem, o título de cidadão emérito da cidade ao professor e jornalista Jaider Batista da Silva, ex-reitor do Centro Universitário Metodista IPA, da capital gaúcha.

“Jaider merece essa homenagem por ter exercido uma gestão preocupada em interferir positivamente na formação da sociedade”, justificou a vereadora Cavedon. O ex-reitor agradeceu o reconhecimento e dirigiu a homenagem ao Colégio Metodista Americano e ao IPA. “Nossa instituição é de direito privado, mas de espírito público, atendendo a toda a comunidade”, afirmou.

Natural de Governador Valadares, Minas Gerais, Jaider Batista desenvolveu uma série de projetos sociais no período de 2002 a 2006, em que foi reitor da instituição de ensino superior na capital gaúcha. Uma de suas mais marcantes realizações foi a criação do Programa de Bolsas Integrais no Ensino Superior para sem-terras, pessoas portadoras de deficiência, índios, integrantes da Brigada Militar e do Centro Ecumênico de Cultura Negra.

Na sua gestão foi implantado o primeiro curso superior dentro de uma penitenciária no país, que funciona no Presídio Feminino Madre Pelletier, na capital. Também foi introduzido, no período, o Programa de Assuntos Internacionais, beneficiando jovens vindos de Moçambique, Timor Leste, Haiti e Angola, que estavam em situação de risco social e que passaram a estudar em curso superior.

O Centro Universitário Metodista IPA dispõe, desde o ano passado, de biblioteca 24 horas, a primeira no gênero instalada no Sul do país. Jaider Batista deixou a direção geral da Rede Metodista de Educação IPA, em julho de 2006, para assumir a direção do Centro Universitário Bennett, no Rio de Janeiro. Substituiu-o no cargo em Porto Alegre a professora Adriana Rivoire Menelli de Oliveira.

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Verso e Voz - 22 de março

Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão; nem tomarás em penhor a roupa da viúva. Lembrar-te-ás de que foste escravo no Egito e de que o SENHOR te livrou dali; pelo que te ordeno que faças isso. - Deuteronômio 24.17-18

“Você acredita que Deus está presente no sorriso de uma criança, nas lágrimas da aflição de um pai ou mãe sobre um adolescente sofrendo, no entendimento repentino da compreensão entre casais discutindo? As verdades eternas podem ser aprendidas observando os elementos mais básicos da vida: nutrir um infante pode ser uma janela no cuidado nutritivo de Deus para cada um de nós; atando um corte pode ajudar-nos a saber o desejo curativo de Deus; jogar jogos pode falar do espírito brincalhão do divino que sabe da nossa necessidade para a recreação; cuidar um jardim pode ensinar-nos a dinâmica do crescimento. As famílias aprendem que são comunidades sagradas quando começam a nomear e reivindicar as muitas formas da graça de Deus em sua vida diária”. - Marjorie J. Thompson, Family: The Forming Center

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Maringá perderá um pastor relevante

Por Maria Newnum*

Muitos pastores são relevantes para as quatro paredes de seus templos; poucos os são, para a sociedade.

O Pastor Raimundo Corrêia, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Maringá se encaixa na segunda categoria, sem omitir a primeira.

Convicto que a paróquia supera os muros do templo, o pastor Raimundo, atuou de forma a contemplar a sociedade. Comprometido, corajoso e com palavra bíblica eficiente e bem preparada, pastoreou e agiu em vários segmentos da sociedade: espaços políticos, sindicatos, rotary, faculdades e escolas (como presidente da APMF do tradicional Colégio Educação) além dos espaços de interação religiosa, em rádios, tvs, encontros de diálogos inter-religiosos e ecumênicos, além de atenção a causa da violência contra a mulher. Por isso é um dos poucos pastores da cidade conhecidos no Conselho Municipal da Mulher.

Por sua hermenêutica (interpretação) bíblica pautada na razão, sem gritarias; esteve sem dúvidas, entre os mais solicitados para casamentos e colações de graus por alunos das faculdades de Maringá.

A partir do dia 3 de Abril, o Pastor Raimundo, atendendo a um convite da Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Pinhais, Curitiba, deixará Maringá.

Perderá a sociedade maringaense e perderá a Igreja Evangélica de Maringá, pois o pastor Raimundo certamente contribuiu para a dissociação (nem sempre inverídica) dos evangélicos, como poucos dotados de razão e afoitos por manifestações espirituais estranhas, com gritarias e completa alienação aos problemas político-sociais.

Maringá perderá um pastor relevante e Pinhais, ganhará um religioso que certamente serve de modelo; modesto. Modéstia é sem dúvida outra marca do pastor Raimundo que deixará um vácuo em Maringá.
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*Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá

21 março, 2007

Unidade

(comentário do Pastor Marcos Gomes Torres na matéria "Grupo de Trabalho de Vivência Ecumênica", publicado no Blog no dia 17/03/07)

A Unidade não é uma opção que fazemos, quando decidimos viver Corpo de Cristo. Ela é parte de nossa existência. Em vários livros da Bíblia vamos ver este IMPERATIVO como vontade do Deus da Aliança.

No Antigo Testamento vamos ter várias passagens que falam sobre este desafio como Povo de Deus. No livro Salmos podemos destacar o Salmo 133.1, que vai dizer “como é bom que os irmãos e as irmãs vivam em união. Em Zacarias 6. 13, vai falar a UNIDADE como conselho de Paz.

Já no Novo Testamento a carta de Paulo aos Coríntios, especialmente I Coríntios, vamos observar que no capítulo 11. 17-34, quando fala da instrução quanto à celebração da ceia do Senhor, o apóstolo vai advertir que esta celebração se faz em comunhão, ou seja, quando estamos em unidade.

No capítulo 12. 12-31, ele vai reforçar este entendimento sobre a unidade orgânica da Igreja, comparando como corpo, e que no capítulo 13, ele vai então dizer que a UNIDADE somente vai ser alcançada em Cristo Jesus, quando vivemos o amor que é o dom supremo.

Na carta aos Efésios nos capítulos: a) 2. 11-22, e, b) 4. 1-16, Paulo então vai descrever como esta UNIDADE se dá, e qual a motivação. Isto ele também vai voltar a dizer a Igreja em Colossos, através da carta aos Colossenses 3. 5-17.

Portanto, UNIDADE, não é uma opção, ela é a vontade de Deus, revelada em Jesus Cristo como exemplo. Em João 17, o evangelista ao descrever a oração de Jesus, ele destaca a expressão de Jesus: “assim como o Pai e eu somos um, que vocês sejam um, para que o mundo creia”. A UNIDADE é um modo da Igreja proclamar o Reino de Deus.

Vivamos em união, para que realmente estejamos vivendo no amor de Cristo Jesus. Deus nos abençoe nesta tarefa.

Pastor Marcos Gomes Torres
Missionário da Igreja Metodista
na UMC, em New Jersey, EUA

Luteranos refletem sobre sexualidade humana

SUÉCIA, LUND, 20 de março (ALC) -

Enquanto as congregações luteranas não concluírem o processo de reflexão sobre matrimônio, família e sociedade, que começou há cinco anos, a Federação Luterana Mundial (FLM) não pretende se pronunciar a respeito do homossexualismo.

Esse é apenas um tema dentro da sexualidade humana, explicou o secretário-geral do organismo ecumênico internacional, pastor Ishmael Noko. "Não queremos emitir juízos", disse.

Noko participou, hoje, de entrevista coletiva em Lund, cidade que acolhe bispos, pastores presidentes de igrejas, jornalistas e convidados de todas as partes do mundo para os festejos dos 60 anos da FLM.

Ao dar as boas-vindas aos estrangeiros, a bispa de Lund, Christina Odenberg, destacou que a Igreja Luterana da Suécia tem em seu quadro 20 mulheres no bispado, "algo impossível de se imaginar em 1947".

O secretário-geral da FLM lembrou que a criação da FLM, em 1947, deu-se no contexto europeu do pós-guerra, num cenário de destruição. A Suécia era uma exceção, explicou. "Por isso, a fundação da FLM representou um testemunho de unidade e de comunhão num contexto destruído pela guerra", disse.

Noko salientou que a reunião do Comitê da FLM, de hoje a 27 de março em Lund, representa uma etapa na preparação da Assembléia Geral do organismo ecumênico, que terá lugar em Stuttgart, Alemanha, em 2010.

Em função desse evento, congregações luteranas estão no processo de reflexão de temas como matrimônio, família e sociedade. Atualmente, a FLM congrega 148 igrejas-membro, em 78 países, somando 65,9 milhões de fiéis, dos quais 5 milhões vivem na América Latina. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), com 720 mil membros, é a maior igreja luterana na região.

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação

Verso e Voz - 21 de março

Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto. Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai. - Lucas 6.32-36

“Se queres fazer a paz, não fales com os teus amigos. Fala com os teus inimigos”. - Moshe Dayan

20 março, 2007

Verso e Voz - 20 de março

Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. - Salmos 20.7-8

“A paz exige o trabalho mais heróico e o sacrifício mais difícil. Exige um heroísmo maior que o da guerra. Exige uma fidelidade maior à verdade e uma pureza muito mais perfeita da consciência”. - Thomas Merton, Thomas Merton on Peace

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19 março, 2007

Esclarecimento ao povo sobre documento do Papa

Bento XVI publicou no último dia 13, uma Exortação Apostólica chamada " Sacramentum Caritatis". É um rico documento sobre a Eucaristia: Sacramento do Amor. A Eucaristia, sacramento do amor, mostra uma relação especial como o amor entre o homem e a mulher, unidos no matrimônio.

Falando do divórcio, o Papa afirma que se trata de um problema pastoral espinhoso e complexo, " una vera piaga" do contexto hodierno social que cresce intensamente nos mesmos ambientes católicos. Em italiano " piaga" significa " ferida" e não " praga" como infelizmente foi publicado na imprensa.

É necessário entender bem o conceito da palavra. De fato, o divórcio causa " ferida-dor" para o casal, para os filhos, para as famílias, mas não praga. Na mesma Exortação o Papa continua: "Os divorciados em segundas núpcias, não obstante sua situação, continuam a pertencer à Igreja, que os segue com especial atenção, no desejo que cultivem, por quanto possivel, um estilo cristão de vida através da participação na Missa, mesmo sem receber a comunhão, a escuta da Palavra de Deus, a Adoração à Eucaristia, a oração, a participação na vida comunitária, o diálogo confidencial com um sacerdote ou um mestre de vida espiritual, a dedicação à caridade prática, as obras de penitência, o empenho educativo para com os filhos". Esses são outros caminhos de salvação.

Dom Moacyr José Vitti CSS
Arcebispo Metropolitano de Curitiba

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Curitiba, 14 de março de 2007.
Mitra da Arquidiocese de Curitiba
Cúria Metropolitana - Assessoria de Imprensa
Andrea Adelio - DRT 4030/PR
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Mandiocas, samambaias e fruteiras

Por Luiz Carlos Ramos*
Reflexões pastorais sobre “A figueira sem frutos” (Mc 11.12-20)

Jesus teve fome. Viu uma figueira. Aproximou-se. Não havia frutos porque não era época de frutos. Mas havia muitas folhas. Jesus amaldiçoou a árvore e esta secou-se desde a raiz.

Confesso que, a princípio, fiquei desapontado com a atitude de Jesus: impulsiva, leviana, extremada? Li e reli muitas vezes esse texto, inconformado, indignado. Tem que haver uma boa razão para essa atitude antiecológica de Jesus.

A resposta, talvez, esteja no contexto no qual está inserida essa narrativa. Primeiro, no dia anterior acontecera a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém; segundo, após a maldição da figueira se dá o episódio dramático (e violento) da expulsão dos cambistas do Templo; e, terceiro, o relato teria como alvo criticar a postura farisaica daqueles que teriam corrompido os propósitos de Deus para o Templo e para a religião de Israel.

A imagem da figueira é radical. Aqueles que conhecem o ciclo de produção dessa árvore sabem que, quando não é época de figos, ela fica completamente desfolhada. Isso mostra que, se não era época de figos, a tal figueira não deveria apresentar sequer folhas. Seria essa uma figueira mentirosa? Hipócrita? Farisaica? Que aparenta algo que na realidade não é?

Nesta breve reflexão, proponho uma auto-avaliação eclesiológica, a partir dos ensinamentos da figueira amaldiçoada por Jesus. O texto menciona explicitamente que ela tinha folhas, mas não tinha frutos e que secou desde a raiz. Raiz, folhas e frutos serão, pois, o itinerário por onde circulará a seiva da nossa meditação.

As igrejas e as mandiocas
Comecemos por considerar as raízes. As raízes das tradições judaicas eram as mais nobres possíveis. A herança legada pelos patriarcas (para não mencionar as matriarcas) era de uma profundidade e de uma qualidade excepcionais. A Lei e os Profetas, os Salmos e os Poetas estavam repletos de indicativos da vontade de Deus para o povo.

Mas a elite religiosa judaica havia transformado a Casa de Oração (i.e. o centro do exercício da fé) em covil de salteadores (i.e. em centro comercial). Sua boca recitava a Torá, mas o seu coração se distanciava mais e mais de Deus. O povo tornou-se uma árvore seca desde a raiz. Raízes profundas, é verdade, mas sem vida.

Uma igreja que só tem tradição (raízes) é uma igreja infrutífera. Não são sequer como as mandiocas, pois essas são raízes que se oferecem como alimento. Igrejas enterradas em suas tradições estéreis são como troncos infrutíferos que só servem para ser derrubados, lavrados e transformados em crucifixos mortais. Igrejas secas desde a raiz são árvores que viram cruz. De Jesus só merecem o azor­rague e a repreensão.

As igrejas e as samambaias
A narrativa diz, ainda, que a figueira estava coberta de folhas quando “não era tempo de figos” (cf. v. 13). Portanto, uma aberração das regras naturais que regem a produção de figos. Pois, as folhas, neste caso, só são admis­síveis quando anunciam os frutos. Jesus encontrou-se com uma figueira cujo exterior dizia: “vejam, estou repleta de frutos!”, mas que, de fato, só tinha folhas.

Jesus viu aí alguma semelhança com os fariseus: tinham bons discursos (sermões), belos rituais (liturgias) e bonitos salmos (cânticos) e nada mais... Em outras palavras, a igreja dos fariseus se transformara numa árvore que só tinha folhas: uma samambaia.

Ora, as samambaias são, essencialmente, folhas. Igrejas que só têm aparência são igrejas-samambaias, puro ornamento. O “louvor” é “maravilhoso”, nada mais… Tais igrejas são alvo da indignação de Jesus: “Nunca jamais… Seca-te!” Amaldiçoadas.

As igrejas e as fruteiras
Sabemos pela narrativa que tudo aconteceu porque Jesus teve fome, e sentiu-se enganado pela figueira mentirosa que só tinha folhas, quando por sua aparência deveria ter frutos. Frutos servem para saciar a fome e também para alegrar e dar prazer. A figueira, em Israel é símbolo da doçura — da alegria verdadeira produzida pela fartura da colheita, que é o símbolo máximo da cooperação divino-humana: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus” (1Co 3.6).

Mas os fariseus não saciavam a fome de ninguém. Pelo contrário, engordavam enquanto sobretaxa­vam o povo crédulo e devoravam o fruto que estes traziam ao altar.

Tal qual fruteiras que estão sempre repletas de frutas, mas elas mesmas não produzem fruto algum. Seus frutos vêm de outro lugar. Há, também, igrejas-fruteiras. Quando as olhamos, as vemos transbordando de frutos: frutos que arrebanharam de outras árvores. São igrejas que “crescem” sobre raízes que não plantaram, com folhas que não regaram e apresentam frutos que não produziram. Por essa razão não alimentam. Quando Jesus (ou qualquer “destes pequeninos” — cf. Mt 26.45) se aproxima delas continua faminto. Não sustentam nem satisfazem. São o ópio do povo.

Conclusão
Consideremos: Jesus entra em Jerusalém e é aclamado; o Templo está cheio de fiéis; doutores da Lei, escribas e levitas é que não faltam. Que mais o Filho de Davi poderia desejar? Ali havia louvores, templo cheio, culto animado, gazofilácios repletos, pregadores carismáticos… Tudo perfeito, exceto por um pequeno detalhe: não havia frutos.

Ora, é o próprio Jesus quem diz: “Pelos frutos os conhecereis” (Mt 7.16). E ele os conhecia a ponto de saber que aquela não era uma árvore frutífera. Era uma aberração da natureza. Na verdade, ela já estava morta, pois já não produzia.

Quem dera fôssemos melhores do que as figueiras estéreis. Quem dera tivéssemos raízes profundas, mas vivas; folhas verdes/alegres, mas sinceras; e, principalmente, produzíssemos frutos abundantes e saborosos para que jamais houvesse alguém com fome entre nós.

Sabem de uma coisa? Acho que Jesus secou aquela árvore para não precisar amaldiçoar a gente… Se aprendermos a lição da figueira, quem sabe seremos, antes, abençoados desde a raiz. Jesus, então, será atraído por nossas folhas e se satisfará com nossos frutos. Assim Deus nos ajude.

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* Luiz Carlos Ramos é professor Dr. na Faculdade de teologia da Universidade Metodista de São Paulo.

Verso e Voz - 19 de março

Livremente, lhe darás, e não seja maligno o teu coração, quando lho deres; pois, por isso, te abençoará o SENHOR, teu Deus, em toda a tua obra e em tudo o que empreenderes. - Deuteronômio 15.10

“Não é provavelmente a dúvida científica, nem o ateísmo, nem o panteísmo, nem o agnosticismo, que em nosso dia e em nossa terra vai extinguir a luz do evangelho. É uma prosperidade sem coração, orgulhosa, sensual, egoística, luxuosa, que se encontra na igreja”. - Frederic D. Huntington

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18 março, 2007

A tradição metodista e seus novos rumos

Por Eduardo Jedliczka

Caro leitor, imagino que julgue-me por saudosista ou ingênuo, mas confesso que estou realmente preocupado com os rumos de nossa igreja. É inegável que os tempos mudam, a cultura muda, ventos de doutrinas vêm e vão, visões passam, movimentos hereges e ortodoxos ocorrem vez ou outra, mas a Igreja, Corpo de Cristo permanece. A palavra de Deus não muda e Suas misericórdias continuam se renovando a cada manhã!

Sabemos que o Metodismo possui raízes fortes e grande herança para lidarmos de forma sábia e equilibrada com a realidade atual, seja ela brasileira ou mundial. Wesley foi um homem inspirado por Deus que deixou um legado sólido, firme, baseado na compreensão e amor ao próximo. Ele cravou na história a importância e necessidade das questões sociais, do avivamento, da reforma contínua, do discipulado, deixou exemplos da estrutura em células, isto sem contar toda a boa literatura produzida, e a parceria na composição de hinos.

Como prova disto, quantos de nossos pastores e bispos foram convidados a falar para platéias presbiterianas, assembleianas, batistas, etc... sobre a forma de governo e a estrutura da Igreja Metodista? Quantos membros de outras denominações consideram utópicas coisas simples como “voz e vez”, ou “delegados leigos ao concílio”? Quantas denominações têm coragem de falar abertamente sobre ecumenismo, acreditando que isto faz parte da pluralidade de dons e ministérios no Corpo de Cristo, não distinguindo entre aqueles que são de Paulo, Pedro ou Apolo, pois entendem que, mesmo diferentes, todos pertencem a Cristo? Quantas denominações chegaram a ousar falar em evangelho integral, em reforma agrária, ou se posicionar diante de um plebiscito ou eleição?

Sim, acredito numa igreja viva, com riqueza e importância histórica. Por isto, não consigo entender como o ideal (escada) do “ganhar, consolidar, discipular e enviar” pode acrescentar algo positivo sem castrar parte de nossa identidade. Não consigo entender como a criação de castas (pré-encontro, encontro, pós-encontro, reencontro, nível 1, etc...) possa fortalecer o amor e comunhão entre irmãos.

Muitas igrejas, mesmo que suas denominações apóiem ou sejam contra, têm provado desta escada, sempre passando por inúmeras transformações. É inegável que algumas têm sido grandemente abençoadas, da mesma forma que outras têm mantido as estatísticas de crescimento, mas não podemos negligenciar o percentual daquelas que têm encontrado divisões, problemas, dificuldades e a perda de sua identidade.

Atualmente há muita literatura comparando a fé a um produto e um templo com um supermercado.

Ao explorarmos apenas didaticamente esta ilustração, poderíamos apresentar conceitos como a existência de consumidores diferentes. Mas a cada dia, mais e mais, os vários mercados têm se tornado extremamente semelhantes. Parece que um grande atacadista está comprando ou influenciando os concorrentes, sejam eles da Rede A, B, C ou D...

Assim, imagino qual será o futuro daquele consumidor que gosta do mercadinho de vila que ainda vende fiado, onde faz tranqüilamente suas compras e fica por horas conversando com outros consumidores, seja por respeito, por amizade, ou até por amor. Qual será o impacto na vida dos consumidores que apenas podem escolher entre a impessoalidade ou tratamento ISO 9001 desta nova safra de mercados? Onde fica o atendimento personalizado ou o prazer em auxiliar ao cliente? Será que o Plano de Fidelidade ou milhagem é mais importante que as necessidades pessoais de cada um?

Supondo que este grande atacadista se chama MCI e muitas igrejas, contrariando ou não suas denominações, estão se tornando submissas a estes exemplos altamente disseminados, só podemos concluir que a prensa de Gutemberg chegou ao caráter cristão: líderes de igrejas e/ou células imprimem em série sua visão e modo de vida a um grupo de discípulos, seja com 12, 10, 6, etc... Pastores têm sido transformados em gerentes de produção, estrategistas de marketing ou diretores de vendas, adotando uma visão na qual o crescimento numérico é mais importante que a saúde do corpo, onde Igrejas sem identidades convergem aos ideais de uma única visão, tornando ultrapassadas palavras e conceitos que descrevem o pastor como aquele que está sempre preocupado e cuidadoso em relação às ovelhas de Cristo e aos propósitos do Reino.

Vemos muitas versões adaptadas, revistas e corrigidas do governo, grupo ou modelo dos 12, mas todas induzidas ao mesmo objetivo, a escada supracitada, a fórmula definitiva para o crescimento da igreja, na qual obrigatoriamente os nomes têm sido alterados para não pagar royalties pelo uso de expressões patenteadas. E isto já chegou aos nossos templos, nos quais líderes metodistas têm implantado um modelo de discipulado que segue estes preceitos, modificados sim, mas colhendo os mesmos resultados que igrejas de outras denominações experimentam.

Assim, não me surpreenderia se, muito em breve, algum visionário ou líder espiritual, seja ele sul-coreano, indiano, colombiano ou da próxima potência espiritual?!?! (África ou Brasil), justificados pelo argumento da batalha espiritual, resolvesse expandir a utilização de táticas de guerrilha e estratégias militares no interior da Igreja!

Relembro que nossa igreja não tem 20 ou 30 anos, não é neo-alguma-coisa, não surgiu do delírio de alguém, mas nasceu pela convicção que almas precisavam ser salvas, almas que estão aonde a igreja nunca chegará se continuar dentro dos templos, que a santidade precisa reformar a nação.

Resumidamente ela tem muita história, tem uma identidade muito bem definida. Por isto, não posso dizer que este movimento seja de todo ruim, pecaminoso, ou que não produza frutos; apenas afirmo que a Igreja Metodista não precisa dele.

A verdade é que ela possui ferramentas próprias – ainda que um pouco esquecidas por alguns – para discipular pessoas, para resgatar almas, para valorizar a individualidade e importância de cada um de seus membros, como a própria palavra de Deus nos ensina, para não somente abalar os portões, mas também saquear o inferno.

Não preciso recorrer aos documentos que acompanham nossos Cânones, nem às pastorais do Colégio Episcopal, nem mesmo a todo o material produzido pela Igreja Metodista no Brasil; preciso apenas olhar para suas raízes, sua tradição wesleyana.


Mas, independente de ser antiquado, ingênuo, saudosista ou avesso a algumas mudanças, ainda continuo, acima de tudo, dependente do amor e graça de Deus, submisso às suas misericórdias, simplesmente METODISTA. Graça e Paz, e que Deus nos abençoe.

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*Eduardo Jedliczka, membro da Igreja Metodista em Apucarana - PR - 6ª Região Eclesiástica

Verso e Voz - 18 de março

O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem. - Marcos 7.20-23

"Nós semeamos sementes que irão florir como resultados na nossa vida, é por isso melhor remover as ervas daninhas da ira, avareza, inveja e dúvida, para que a paz e abundância se manifestem para todos". — Dorothy Day